terça-feira, 22 de abril de 2025

REBECA ANDRADE FAZ HISTÓRIA E É PRIMEIRA BRASILEIRA A RECEBER PRÊMIO LAUREUS, O OSCAR DO ESPORTE

A noite de gala realizada no majestoso Palácio de Cibeles, em Madri, na Espanha, marcou uma conquista histórica para o esporte brasileiro: a ginasta Rebeca Andrade, de 24 anos, tornou-se a primeira mulher do país a receber o Prêmio Laureus, considerado a honraria máxima do esporte mundial. A premiação, conhecida como o “Oscar do Esporte”, existe há 25 anos e reconhece anualmente os maiores feitos do esporte global. Natural de Guarulhos, na Grande São Paulo, Rebeca venceu na categoria “Retorno do Ano”, superando nomes de peso como o nadador americano Caeleb Dressel, a esquiadora suíça Lara Gut-Behrami, o piloto espanhol Marc Márquez, o jogador de críquete indiano Rishabh Pant e a nadadora australiana Ariarne Titmus. A trajetória que a levou ao prêmio é marcada por episódios de superação: antes de brilhar em Paris 2024, onde conquistou quatro medalhas olímpicas — ouro no solo, duas pratas no individual geral e salto, e um bronze por equipes —, Rebeca enfrentou três cirurgias no joelho devido a lesões graves no ligamento anterior, que quase encerraram sua carreira. Em seu discurso, emocionada, ela destacou a importância da equipe multidisciplinar que a acompanha, com menção especial à psicóloga Aline Wolff, a quem atribuiu papel fundamental não apenas em sua recuperação física, mas no fortalecimento emocional necessário para retornar à elite da ginástica. Rebeca se tornou símbolo de força e inspiração para milhares de jovens atletas, principalmente meninas negras das periferias, por ter vencido barreiras econômicas e estruturais desde cedo. O gesto de reverência que recebeu das norte-americanas Simone Biles e Jordan Chiles após a conquista do ouro em Paris simbolizou o respeito conquistado no cenário internacional. A vitória na final do solo sobre Biles, tida como a maior ginasta da história, coroou a ascensão de Rebeca ao topo da modalidade. Com nove medalhas em Jogos Olímpicos, ela é agora a maior medalhista da história do Brasil, superando nomes consagrados como Robert Scheidt e Torben Grael. A conquista do Laureus, até então restrita a ícones do esporte mundial, representa não apenas um marco pessoal, mas também coletivo, revelando o impacto global do esporte brasileiro. O último atleta do país a vencer na mesma categoria havia sido Ronaldo Fenômeno, em 2003, após seu retorno triunfal no Mundial de 2002, quando ajudou a seleção brasileira a conquistar o pentacampeonato. Duas décadas depois, Rebeca reescreve esse feito com uma narrativa própria, em que dor, resiliência e talento se transformam em legado.

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