terça-feira, 29 de abril de 2025

SILÊNCIO DE WOLNEY E LUPI EXPÕE TENSÃO NO PDT OPERAÇÃO DA PF

A operação da Polícia Federal batizada de "Sem Desconto" mergulhou o Brasil em mais um escândalo bilionário envolvendo a previdência social, ao desvendar um esquema de irregularidades em aposentadorias e pensões do INSS que, segundo as investigações preliminares, desviou cifras vultosas dos cofres públicos. Em meio ao turbilhão de informações e repercussões que sacudiram Brasília, dois personagens se destacam não pela ação, mas pelo silêncio: Carlos Lupi, presidente nacional do PDT e atual ministro da Previdência Social, e Wolney Queiroz, secretário executivo da pasta e homem de confiança de Lupi, também filiado ao mesmo partido. A ausência de manifestações públicas de ambos, especialmente num momento em que o Ministério da Previdência se torna o epicentro de uma crise, acendeu alertas no meio político e provocou especulações nos bastidores de Brasília sobre o grau de conhecimento ou envolvimento dos gestores nas falhas de fiscalização que possibilitaram as fraudes.

Carlos Lupi, que vinha conduzindo sua gestão com forte discurso de modernização e moralização da previdência, optou até o momento por não se pronunciar diretamente sobre as investigações, apesar da gravidade das denúncias e da visibilidade nacional do caso. O presidente do PDT, que sempre se mostrou combativo e afeito a entrevistas, adotou um comportamento incomum de reserva, reforçando a percepção de que a operação da Polícia Federal atingiu um ponto sensível de sua administração. A postura silenciosa de Lupi contrasta com sua tradicional presença em eventos públicos e em redes sociais, onde costuma defender enfaticamente suas posições políticas e administrativas. O momento em que escolhe o silêncio, portanto, é interpretado por muitos analistas como estratégico, diante de uma situação ainda cercada de incertezas e riscos políticos.

Wolney Queiroz, por sua vez, conhecido por sua articulação política dentro do PDT e pelo trânsito fácil entre parlamentares, também permaneceu calado, apesar de ocupar o posto de número dois na hierarquia da previdência e ser, em tese, o responsável direto pela supervisão de áreas administrativas sensíveis como a concessão de benefícios. Com vasta experiência legislativa e agora no exercício de uma função executiva de grande responsabilidade, Wolney vê seu nome associado a uma crise que promete se desdobrar em diversas frentes de investigação e controle institucional, inclusive com a possibilidade de convocação para prestar esclarecimentos em comissões parlamentares.

O silêncio dos dois líderes pedetistas gera desconforto interno no partido, onde a operação policial é vista com preocupação, não apenas pelos danos institucionais que pode provocar, mas também pelo impacto eleitoral que pode respingar nas bases do PDT em ano de pré disputa estadual. A operação "Sem Desconto" revelou fragilidades sistêmicas dentro do INSS, onde processos de concessão de aposentadorias e pensões foram fraudados em larga escala, envolvendo servidores, advogados e atravessadores, todos atuando em conluio para drenar recursos da previdência. O fato de a investigação apontar para uma estrutura de corrupção entranhada no próprio funcionamento do sistema previdenciário traz questionamentos sobre a efetividade dos mecanismos de controle interno da pasta sob a atual gestão. Em meio a esse cenário, o silêncio de Lupi e Wolney não apenas intriga, mas também amplia o clima de incerteza sobre a capacidade de reação do governo diante de um escândalo que, pela sua dimensão, pode atingir diretamente o núcleo da administração federal.

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