Na próxima terça-feira (29), o cenário político nacional poderá presenciar um movimento histórico: a fusão entre o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e o Podemos. Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, agendou uma reunião semipresencial da executiva para às 10h da manhã, com o objetivo de confirmar o entendimento entre as legendas. Caso o aval seja concedido, uma convenção partidária será convocada para aprovar o novo estatuto, em um prazo estimado entre 30 a 40 dias após a reunião, e a intenção de Perillo é anunciar a unificação oficialmente já na terça-feira, confiando que o Podemos fará o mesmo em seu respectivo encontro. Segundo o ex-governador de Goiás, os diálogos com os principais líderes tucanos, incluindo governadores e parlamentares, já consolidaram um consenso interno sobre a operação, o que indica que, do lado do PSDB, todos os obstáculos foram superados. Ele ainda reforçou que o Podemos também teria resolvido suas pendências para que o novo partido comece a tomar forma.
A construção dessa fusão foi cuidadosamente articulada após tentativas frustradas de alianças com outros partidos como PSD, MDB, Solidariedade e Republicanos, que, segundo Perillo, poderiam ter levado à extinção do PSDB. A preservação da história de 35 anos da legenda foi, segundo ele, uma preocupação constante durante as negociações. Diferentemente de outras possibilidades, o acordo com o Podemos preservará a identidade tucana e abrirá espaço para um novo projeto político nacional. Após a convenção inicial do PSDB, prevista para ocorrer no fim de maio ou no começo de junho, será realizada uma nova convenção conjunta com o Podemos para escolher o diretório e a executiva da nova sigla. De acordo com Marconi Perillo, essa composição será dividida igualmente entre os dois partidos, e o comando será exercido de forma alternada, em um rodízio entre lideranças.
Entre as principais metas traçadas para o novo partido está a eleição de uma bancada robusta de deputados federais, senadores e governadores em 2026, mas a prioridade absoluta será lançar um candidato competitivo à Presidência da República. O nome defendido por Marconi é o do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que representa, para ele, uma liderança jovem, moderna e capaz de conduzir um governo ético e eficiente. Perillo afirmou que a nova legenda se diferenciará das demais, propondo uma alternativa concreta aos polos tradicionais da esquerda e da direita, elaborando um projeto de país estruturado e viável. Há um entendimento fechado entre Marconi e a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, para apoiar a candidatura de Leite, caso ele realmente se coloque à disposição.
Nos bastidores, a possibilidade de Eduardo Leite trocar o PSDB pelo PSD, de Gilberto Kassab, ainda gera rumores. Kassab admitiu publicamente o desejo antigo de contar com o governador em seu partido e afirmou que tentaria persuadi-lo. Marconi, no entanto, garantiu que houve um compromisso claro firmado entre ele, Leite e o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, para que o destino do PSDB fosse definido até o final de abril. Em reuniões realizadas nos últimos dias, incluindo encontros individuais e uma reunião conjunta em 12 de abril, foi assegurado a Leite todo o apoio e estrutura necessária para que possa ser candidato a presidente pelo novo partido, além de amplo espaço na futura executiva nacional. O desfecho dessas articulações promete redesenhar significativamente o tabuleiro político brasileiro e fortalecer a posição de centro em meio a um ambiente marcado pela polarização.
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