De acordo com aliados próximos que o acompanhavam no trajeto, ele vinha se queixando de desconforto e sintomas compatíveis com obstrução intestinal, uma condição que já o afetou em outras ocasiões desde o atentado a faca sofrido durante a campanha presidencial de 2018. Diante da piora no quadro clínico, a equipe que organizava sua visita política optou por levá-lo imediatamente à unidade de saúde mais próxima.
Após os primeiros atendimentos em Santa Cruz, os médicos indicaram a necessidade de transferência para um centro hospitalar com maior estrutura. Um helicóptero foi acionado para garantir agilidade no deslocamento, e o ex-presidente chegou ao Hospital Rio Grande, em Natal, por volta das 11h20 da manhã. Imagens registradas no momento da chegada mostram o aparato de segurança em torno da operação, com escolta e movimentação intensa de assessores e profissionais da saúde.
A agenda de Bolsonaro no estado fazia parte do projeto político denominado “Rota 22”, uma estratégia do Partido Liberal para reforçar a presença da legenda no Nordeste, especialmente nos municípios de menor porte, onde o partido pretende ampliar sua base eleitoral nas eleições municipais deste ano. O roteiro da viagem incluía visitas a pelo menos três cidades do interior potiguar, com eventos organizados por correligionários locais, palestras com lideranças e mobilizações para atrair novos filiados.
A interrupção da agenda causou preocupação entre apoiadores e integrantes da direção nacional do PL, que divulgaram nota oficial lamentando o episódio. No comunicado, o partido afirma que Jair Bolsonaro precisou cancelar os compromissos programados após sofrer "fortes dores abdominais em decorrência da facada sofrida em 2018", e destaca que ele está recebendo toda a assistência necessária. A nota ainda reforça que o ex-presidente tem enfrentado episódios recorrentes relacionados à gravidade daquele atentado e que a situação inspira cuidados médicos constantes.
Nas redes sociais, aliados políticos manifestaram solidariedade e preocupação com o estado de saúde de Bolsonaro. O deputado federal General Girão (PL-RN) informou que acompanha de perto o atendimento e ressaltou que Bolsonaro vinha demonstrando cansaço e desconforto desde o início da viagem. Ainda não há previsão oficial de alta ou de retorno às atividades da agenda política no estado, e a equipe médica do Hospital Rio Grande ainda não divulgou boletim atualizado sobre seu quadro clínico.
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