A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) registrou 144 casos de agressões contra profissionais da imprensa em 2024, número 20,44% menor que em 2023 (181 casos) e o mais baixo desde 2018. Apesar da redução, a entidade considera que a violência contra jornalistas permanece em um nível preocupante, com episódios ainda acima dos registrados em 2018 (135 casos).
O relatório divulgado nesta terça-feira (20) aponta que os ataques aumentaram no Brasil a partir de 2019, período marcado, segundo a Fenaj, pela institucionalização da violência contra a imprensa durante o governo Bolsonaro.
Entre os tipos de violência mais comuns, destaca-se o aumento do assédio judicial, que passou a representar quase 16% dos casos, e o crescimento de censura, que mais que dobrou em relação a 2023. As gressões físicas caíram de 40 para 30 casos, mas continuam envolvendo situações graves, como tentativas de homicídio. Ameaças e intimidações somaram 35 ocorrências, número estável.
O período mais violento foi durante o ciclo eleitoral (maio a outubro), com 38,9% dos casos. A Região Sudeste lidera os registros, com 38 casos, seguida pelo Nordeste (36). Bahia (9) e São Paulo (23) foram os estados com mais ocorrências.
Políticos seguem como os principais agressores (33,33% dos ataques), seguidos por apoiadores e servidores públicos. Em relação ao gênero, foram 81 vítimas do sexo masculino, 47 do feminino e 26 casos coletivos. A Fenaj alerta para a violência misógina direcionada a jornalistas mulheres.
No cenário global, 122 jornalistas foram assassinados em 2024, com destaque para a Faixa de Gaza. A Fenaj também expressa preocupação com a possível reeleição de Donald Trump e o papel das big techs na desinformação.
A entidade cobra ações urgentes para garantir a segurança e os direitos dos jornalistas, especialmente com a proximidade das eleições de 2026.
JC
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