O cenário hidrológico em Pernambuco volta a gerar preocupação com a confirmação de que mais dois rios ultrapassaram a cota de alerta nesta terça-feira, segundo dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). Com os novos registros, sobe para seis o número de cursos d’água em situação crítica, o que representa risco iminente de transbordamento e requer vigilância redobrada das autoridades e da população. Os rios mais recentemente afetados são o Rio Sirinhaém, em Barra de Guabiraba, e o Rio Jaboatão, no município de Moreno, ambos com elevações significativas em seus níveis nas últimas horas, fruto das chuvas intensas que continuam atingindo o estado. A APAC informou que, no caso do Rio Sirinhaém, o volume de água subiu abruptamente em Barra de Guabiraba, o que levou a Defesa Civil a emitir alerta preventivo também para a cidade vizinha de Cortês, cuja posição geográfica a torna vulnerável a alagamentos em cadeia. Já o Rio Jaboatão, que teve elevação registrada em Moreno, passou a representar risco não apenas para este município, mas também para Jaboatão dos Guararapes, um dos maiores centros urbanos da Região Metropolitana do Recife (RMR).
A situação se agrava quando se observa que outros quatro rios já estavam sob monitoramento intensivo nos últimos dias por apresentarem níveis superiores à cota de segurança. No interior do estado, o Rio Jacuípe, que nasce em Alagoas, preocupa especialmente as autoridades de Santa Terezinha, distrito de Água Preta, na Mata Sul, onde há histórico de inundações severas em anos anteriores. A cheia repentina desse rio poderia causar prejuízos em comunidades rurais e comprometer o acesso a áreas isoladas. Na Região Metropolitana, o Rio Capibaribe entrou em estado de alerta no trecho de São Lourenço da Mata, e seu impacto pode se estender para os municípios vizinhos de Camaragibe e Recife, considerando a interligação das bacias e a impermeabilização do solo urbano. A continuidade das chuvas intensas eleva o risco de inundações nessas áreas densamente habitadas, agravando ainda mais a situação de vulnerabilidade das populações ribeirinhas.
Outro curso d’água que chamou a atenção das autoridades foi o Rio Ipojuca, que atingiu a cota máxima nas primeiras horas da manhã nas proximidades do Engenho Maranhão, em Ipojuca, também na Mata Sul. Moradores das margens do rio já foram orientados a deixar áreas de risco, e equipes da Defesa Civil permanecem em alerta na região. A lista de rios monitorados se completa com o Rio Amaraji, que gera preocupação nos municípios de Ribeirão, Amaraji e Gameleira, onde o solo encharcado pode facilitar alagamentos súbitos. Em Vitória de Santo Antão, o Rio Tapacurá ultrapassou a cota de alerta ainda nas primeiras horas do dia, e o transbordamento em pontos críticos é uma possibilidade que não pode ser descartada. Diante desse panorama, a Defesa Civil estadual e a APAC intensificaram o acompanhamento hidrometeorológico em tempo real, com atualizações constantes sobre o comportamento dos rios. A orientação geral é que os moradores de áreas ribeirinhas fiquem atentos aos comunicados oficiais e estejam preparados para evacuação imediata, caso necessário. A persistência do mau tempo nas regiões afetadas pode tornar o cenário ainda mais delicado nas próximas horas.
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