quarta-feira, 7 de maio de 2025

AVANÇAM AS ARTICULAÇÕES PARA FEDERAÇÃO ENTRE MDB E REPUBLICANOS

As articulações para a formação de uma nova federação partidária no Congresso Nacional ganharam força com a segunda reunião entre os presidentes do MDB, Baleia Rossi, e do Republicanos, Marcos Pereira. O encontro, realizado na terça-feira (6), nas dependências da Câmara dos Deputados, marcou mais um passo concreto rumo à consolidação dessa aliança que promete redesenhar o equilíbrio político no Legislativo. A movimentação foi impulsionada após o anúncio da federação entre União Brasil e Progressistas (PP), que formaram um bloco de peso com 108 deputados federais e 14 senadores. De olho nesse novo cenário, MDB e Republicanos decidiram acelerar suas conversas e já ensaiam uma união que, se confirmada, reunirá uma bancada com 88 deputados federais — 44 de cada legenda — e 15 senadores, números que asseguram relevância e poder de barganha nas votações e articulações tanto na Câmara quanto no Senado, ainda que menor que o bloco recém-formalizado por União e PP.

Os diálogos entre Baleia Rossi e Marcos Pereira vêm sendo conduzidos com tom de sintonia e pragmatismo. Em publicação nas redes sociais, Marcos Pereira destacou que o diálogo entre os dois partidos avança e que eles compartilham propostas importantes para o Brasil, além de uma visão comum de compromisso com a chamada "boa política". Essa sintonia tem facilitado as tratativas, uma vez que a federação exigirá das legendas uma convivência unificada pelos próximos quatro anos, funcionando na prática como um único partido dentro do Congresso, embora cada sigla preserve seu nome, sua estrutura e seus diretórios. Pelas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o estatuto da federação precisa ser registrado até abril de 2026, seis meses antes das eleições gerais marcadas para outubro, e esse prazo já norteia o calendário das negociações que ocorrem em Brasília e nos estados.

Lideranças partidárias das duas siglas também estão se movimentando nos bastidores para resolver possíveis impasses, sobretudo em estados onde MDB e Republicanos disputam espaço diretamente. A intenção é aparar arestas regionais que possam atrapalhar o andamento das negociações no plano nacional e garantir que a federação chegue forte e coesa às eleições municipais de 2026. Ao mesmo tempo, a possível formação desse bloco é acompanhada com atenção por outras siglas do centrão e por partidos de centro-direita, já que a federação entre MDB e Republicanos poderá assumir papel determinante nas grandes votações que ainda estão por vir no Congresso, como a reforma tributária e a reforma administrativa. A expectativa é que, com a formalização dessa união, MDB e Republicanos não apenas aumentem sua capacidade de articulação interna, mas também se posicionem com mais força no debate sobre a sucessão presidencial de 2026, seja lançando um nome próprio ou compondo uma chapa majoritária.

O ambiente político, que já começa a se movimentar em torno das próximas eleições, dá sinais de que a federação entre os dois partidos poderá ter um papel central na reconfiguração do jogo de forças em Brasília. As próximas semanas devem ser decisivas para que Baleia Rossi e Marcos Pereira ajustem os detalhes e avancem para a etapa técnica e formal da negociação, envolvendo a redação do estatuto e os ajustes nos palanques estaduais, pavimentando o caminho para a oficialização de uma união que poderá alterar significativamente a correlação de forças tanto na Câmara, com seus 513 deputados, quanto no Senado, que reúne 81 senadores. Nos bastidores, cresce a percepção de que a federação entre MDB e Republicanos será um dos pilares do novo desenho partidário que começa a se formar no país com vistas a 2026.

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