terça-feira, 27 de maio de 2025

BANCADA GOVERNISTA SE AUSENTA E SABATINA DO PRESIDENTE DA ADAGRO É ADIADA NOVAMENTE

A sessão plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) desta terça-feira (27) voltou a ser marcada pelo esvaziamento dos parlamentares, resultando no adiamento da votação da indicação do médico veterinário Moshe Dayan para a presidência da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro). Dos 18 deputados que registraram presença no plenário, apenas Débora Almeida (PSDB), integrante da base da governadora Raquel Lyra, e João Paulo (PT), que mantém interlocução direta com o Palácio do Campo das Princesas, permaneceram em plenário. Os demais parlamentares que estiveram presentes são ligados a partidos de oposição e, curiosamente, manifestavam disposição em aprovar o nome indicado pelo Executivo, em um movimento que contrasta com a postura da própria bancada governista, ausente mais uma vez.

O episódio se repete uma semana após situação semelhante, quando, na sessão anterior, a ausência da maioria dos deputados governistas também impossibilitou a apreciação da matéria. A nomeação de Moshe Dayan para o comando da Adagro havia passado pela sabatina na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) na última terça-feira, após furar a fila de outras indicações que aguardam deliberação. Mesmo com a pauta trancada por projetos pendentes, o presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), acatou um pedido formal da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), preocupada com a crise sanitária provocada pela gripe aviária, e autorizou que a indicação fosse colocada em pauta como exceção.

No entanto, apesar do gesto da presidência, a ausência deliberada dos aliados do governo impediu novamente o avanço da matéria, num claro recado político. Nos bastidores da Casa, cresce a percepção de que a base governista articula uma espécie de boicote silencioso à agenda do Executivo enquanto não forem apreciadas outras pautas consideradas prioritárias, como a sabatina do novo administrador do Distrito de Fernando de Noronha e, sobretudo, a votação do pedido de autorização para o empréstimo de R\$ 1,5 bilhão solicitado pelo Governo do Estado. O presidente da CCLJ, deputado Alberto Feitosa (PL), já deixou claro que não pretende colocar esses dois temas na pauta da comissão em curto prazo, o que aumenta ainda mais o impasse entre o Legislativo e o Palácio.

A paralisia afeta também outros projetos de interesse institucional, como a proposta que prevê a criação de novos cargos no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que igualmente não avançou. A situação revela um clima de tensão entre os poderes e expõe a fragilidade da articulação política do governo Raquel Lyra junto à própria base na Alepe. Enquanto isso, setores produtivos como o avícola, que enfrentam os impactos da influenza aviária, seguem cobrando celeridade na nomeação de um comando técnico para a Adagro, peça-chave no enfrentamento da crise sanitária no campo.

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