O delegado Luiz Alberto Braga, que atirou na perna de um jovem durante uma briga na ilha de Fernando de Noronha, foi indiciado pelo crime de lesão corporal gravíssima. O inquérito, concluído menos de um mês após o caso, foi encaminhado para análise do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
As investigações foram conduzidas pelos delegados Marcos de Castro, atualmente lotado na Delegacia de Fernando de Noronha, e Sérgio Ricardo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Até agora, nenhum detalhe do inquérito foi repassado oficialmente à imprensa.
A confusão aconteceu no Forte dos Remédios, na madrugada de 4 de maio. Uma câmera de segurança registrou o momento em que o delegado Luiz Alberto abordou Emmanuel Gonçalves Apory e chegou a empurrá-lo duas vezes antes do início de uma luta corporal. Encurralado, Luiz sacou a arma de fogo e atirou no jovem.
Testemunhas relataram que o delegado teria discutido com a companheira durante a festa. Pouco depois, ele teria visto a mulher conversando com Emmanuel e teria ficado com ciúmes. A defesa de Luiz Alberto negou e disse Emmanuel teria assediado a mulher durante o evento - por isso teria ocorrido a abordagem.
Emmanuel Gonçalves foi trazido para o Recife, onde passou por cirurgia no Hospital da Restauração e permaneceu internado até a semana passada. Ele teve a perna amputada.
Em nota à imprensa, a defesa do delegado afirmou que manifesta repúdio "à tentativa de distorção dos fatos por interpretações infundadas ou sensacionalistas e o uso do caso como meio político para mascarar problemas do arquipélago de Fernando de Noronha".
Além da investigação criminal, o delegado responde a processo administrativo disciplinar especial na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS). Ele segue afastado das funções por 120 dias por determinação do secretário Alessandro Carvalho.
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