O cenário político brasileiro ganhará um novo contorno com a filiação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao PSD, nesta sexta-feira, 9 de maio de 2025. Depois de 24 anos no PSDB, Leite se despede da legenda que moldou sua trajetória política para abraçar um projeto nacional mais robusto sob a liderança de Gilberto Kassab. A cerimônia de filiação ocorrerá em São Paulo, no gabinete da direção nacional do PSD, às 15h, e marca não apenas uma movimentação partidária, mas um passo estratégico com vistas às eleições presidenciais de 2026. Kassab já anunciou publicamente que Leite, ao ingressar no partido, será lançado como pré-candidato à Presidência da República, colocando-o frente a frente com outro nome de peso da legenda, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, que também almeja disputar o Planalto. A entrada de Leite no PSD, portanto, não apenas reforça a musculatura do partido, mas inaugura uma disputa interna que promete agitar os bastidores políticos nos próximos meses.
Leite vinha amadurecendo essa decisão desde o início do ano, acompanhando de perto as tratativas da fusão entre PSDB e Podemos, que ainda não encontrou um desfecho claro. Foi essa indefinição que empurrou o governador gaúcho a buscar novos ares, já que, internamente, a fusão poderia esvaziar suas chances numa disputa presidencial pelo campo da centro-direita. Com a ida para o PSD, Leite não apenas escapa dessa incerteza, mas também se projeta num partido que hoje detém uma das maiores bancadas do Senado, o que lhe abre portas para negociações estratégicas de comissões e relatorias, e amplia sua margem de articulação política. O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, até tentou manter Leite nos quadros tucanos, chegando a declarar que o gaúcho seria a prioridade da legenda para a corrida presidencial de 2026. Mas o governador já deixava transparecer que sua disposição para disputar a Presidência estava condicionada a um ambiente partidário mais estável e favorável.
A mudança ocorre num momento em que o PSD se consolida como uma força moderadora entre os polos mais radicalizados do cenário político nacional. A filiação de Leite é vista como uma aposta de Kassab para apresentar uma alternativa viável ao eleitorado que busca um nome jovem, com experiência administrativa e discurso de centro. Do outro lado, Ratinho Júnior, que governa um estado economicamente pujante como o Paraná, já vinha se movimentando como pré-candidato dentro do PSD e agora terá que dividir espaço com o novo filiado. Leite, por sua vez, já deixou claro que está pronto para disputar prévias internas e construir uma candidatura competitiva. Sua filiação ao PSD também é acompanhada por lideranças políticas do Sul e do Sudeste, que enxergam na sua figura uma oportunidade de recompor a centro-direita com base em um projeto mais pragmático e menos ideológico. Com o apoio da bancada no Senado e a estrutura partidária que Kassab vem fortalecendo nos últimos anos, Eduardo Leite dá um passo calculado, que poderá redesenhar o tabuleiro político na corrida sucessória de 2026.
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