domingo, 11 de maio de 2025

ESCÂNDALO DO INSS ENVOLVE POLÍTICOS DE SEIS PARTIDOS, INCLUINDO ALIADOS E OPOSIÇÃO

Escândalo bilionário no INSS envolve políticos de seis partidos, incluindo aliados e oposição
Um esquema de fraudes que desviou bilhões em descontos de aposentadorias do INSS atingiu políticos de pelo menos seis partidos, afetando tanto a base governista quanto a oposição nos governos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). 

As investigações, impulsionadas por uma série de reportagens do Metrópoles desde dezembro de 2023, levaram à megaoperação da Polícia Federal (PF) em abril deste ano, com desvios estimados em até R$ 6,3 bilhões. 

O caso resultou na queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.  

PDT

O PDT, partido de Lupi, foi um dos mais impactados. Embora o ministro não tenha sido citado diretamente nas investigações, sua permanência no cargo tornou-se insustentável após as denúncias de irregularidades, incluindo alertas do Conselho Nacional do INSS em junho de 2023 que foram ignorados.  

PSD: Ex-ministro de Bolsonaro na mira  

José Carlos Oliveira, ex-ministro da Previdência no governo Bolsonaro (2021-2022), foi mencionado na investigação devido a transações suspeitas envolvendo um assessor ligado a uma das entidades alvo da PF.  

Um dos assessores do pecuarista Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), repassou dinheiro a um auxiliar-administrativo que é sócio de Oliveira.

PSB: Partido da base aliada no centro do caso  

O PSB, importante aliado de Lula, teve membros envolvidos no esquema, incluindo o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, que deixou o cargo sob suspeita de omissão. Outro nome citado é o deputado estadual Edson Araújo (MA), que recebeu R$ 5,4 milhões de uma entidade investigada.  

Além disso, um caderno apreendido pela PF nas buscas feitas durante a operação de abril contra o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, mostra anotações como “Stefa 5%” e “Virgílio 5%”, que sugerem suposto pagamento de propina a Stefanutto e ao ex-procurador do órgão Virgílio Oliveira Filho.

PT

O PT, partido de Lula, alega que o esquema começou no governo anterior e foi desarticulado na atual gestão. No entanto, repasses a entidades suspeitas dispararam neste governo. Uma delas, a Contag, presidida pelo irmão do deputado Carlos Veras (PT-PE), movimentou R$ 2 bilhões entre 2019 e 2024, incluindo pagamentos questionáveis, como R$ 5 milhões a uma agência de viagens.  

PL: Doação eleitoral suspeita  

Onyx Lorenzoni, ex-ministro de Bolsonaro, recebeu R$ 60 mil em doações de campanha de Felipe Macedo Gomes, ex-presidente de uma entidade investigada. O acordo que permitia descontos em aposentadorias foi firmado em 2022, quando Lorenzoni comandava a Previdência. Ele nega qualquer irregularidade.  

Republicanos: Ligação com entidade investigada  

O Republicanos, um dos partidos do Centrão, também tem um representante entre as pessoas ligadas ao escândalo do INSS. Uma das entidades investigadas pela PF, a CBPA tem como presidente Abraão Lincoln, que já comandou o partido no Rio Grande do Norte e foi candidato a deputado federal pela legenda em 2018.

Lincoln ainda mantém relação com políticos do Republicanos, tanto figuras regionais como nacionais. Neste ano, ele esteve, inclusive, no aniversário do presidente nacional da legenda, o deputado Marcos Pereira.

Após o evento, ele publicou foto com o deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) e declarou apoio presencialmente a Hugo Motta (Republicanos) na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, em novembro de 2024.

Segundo a PF, a CBPA não tinha associados em 2022, quando firmou seu acordo com o INSS para poder efetuar descontos de mensalidade de aposentados. No ano seguinte, já eram mais de 340 mil, resultando em uma arrecadação anual de R$ 57,8 milhões

Fonte: Metrópolis 

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