Caso se confirme, a federação terá efeitos diretos sobre a política pernambucana, onde o MDB atravessa um momento de disputa interna pelo comando estadual. A definição sairá da eleição marcada para o próximo dia 24 e promete mexer com os arranjos locais. A legenda está dividida entre o atual presidente estadual Raul Henry, aliado do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e o deputado estadual Jarbas Filho, que vem se posicionando próximo à governadora Raquel Lyra (PSDB) na Assembleia Legislativa. Essa divisão interna poderá refletir na nova configuração da federação, caso o bloco se concretize. Além disso, uma possível colisão de interesses se desenha com a pré-candidatura ao Senado do ministro Silvio Costa Filho, nome forte do Republicanos em Pernambuco. Ele mira a vaga hoje ocupada pelo senador emedebista Fernando Dueire, que tem o apoio do MDB para disputar a reeleição. Essa disputa pode se transformar no primeiro teste de convivência dentro da possível federação no estado.
Na avaliação de Augusto Coutinho, a federação entre MDB e Republicanos surge no rastro da aliança que uniu PP e União Brasil, abrindo caminho para novas composições que visam fortalecer as legendas diante das eleições de 2026. Juntas, as duas siglas somam atualmente 88 deputados federais e 15 senadores, sendo 11 do MDB, o que lhes daria uma bancada robusta com expressão no Congresso Nacional. Apesar do impacto que a união terá no plano federal, Coutinho afirmou que, por enquanto, não houve qualquer debate sobre quem comandaria o bloco em Pernambuco, embora a expectativa seja de que esse arranjo não gere maiores obstáculos. A prioridade, segundo ele, será construir chapas competitivas para a Câmara dos Deputados e para as Assembleias Legislativas.
Hoje, em Pernambuco, o Republicanos conta com dois deputados federais — além de Silvio Costa Filho, o próprio Augusto Coutinho — e dois estaduais, Mário Ricardo e William Brígido. Já o MDB, mais discreto em termos de representação, tem a deputada federal Iza Arruda e o deputado estadual Jarbas Filho. Mesmo com essa diferença de tamanho, o comando da futura federação em Pernambuco dependerá do desfecho da disputa interna do MDB e da costura política que se seguirá caso a federação avance nacionalmente. A tendência é que os interesses nacionais se sobreponham às rivalidades locais, mas as peças ainda estão em movimento e os próximos dias serão decisivos para definir o desenho desse novo bloco que pode alterar a correlação de forças no estado e no país.
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