Depois de mais de uma década de espera e frustração para a população do Agreste pernambucano, o Hospital da Mulher do Agreste Luísa Cavalcanti Maciel finalmente abriu suas portas nesta sexta-feira, em Caruaru. A inauguração representa mais que uma simples entrega de equipamento público: simboliza a concretização de uma promessa que se arrastava desde 2015 e que agora se materializa com um investimento robusto de R\$ 84,8 milhões do Governo do Estado. Trata-se da primeira das cinco novas maternidades anunciadas pela atual gestão estadual com o objetivo de fortalecer a rede de assistência materno-infantil, especialmente no interior, onde as carências historicamente foram mais profundas. O novo hospital chega com capacidade para realizar mais de oito mil partos por ano, beneficiando diretamente uma população espalhada por mais de 50 municípios que compõem as Regionais de Saúde IV e VI. Com uma estrutura moderna, a unidade conta com 190 leitos, incluindo UTIs neonatal e adulta, reforçando a capacidade de atender casos de alta complexidade que antes precisavam ser encaminhados para a capital.
Além da ala obstétrica, a estrutura dispõe de cinco salas cirúrgicas equipadas com tecnologia de ponta e ambulatórios que cobrem uma gama diversificada de especialidades médicas, como mastologia, cardiologia, endocrinologia, psiquiatria e psicologia. Um dos destaques do hospital é o setor de imagem, que passa a oferecer exames como ultrassonografia com doppler, tomografia e mamografia, facilitando o diagnóstico e o acompanhamento de doenças que afetam a saúde da mulher. A inauguração foi marcada por um discurso emocionado da governadora Raquel Lyra, que destacou o caráter simbólico da obra para a região. Ao afirmar que o hospital é um espaço que traduz cuidado, respeito e valorização da vida das mulheres, a chefe do Executivo estadual também sinalizou a intenção de manter a expansão dos serviços de saúde para o interior, um compromisso assumido desde o início de sua gestão.
Presente na solenidade, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a importância da articulação entre os governos federal e estadual para viabilizar a ampliação do atendimento especializado fora do Recife. Segundo ele, a abertura do hospital marca o início de uma mudança significativa na forma como a saúde da mulher será tratada no interior pernambucano. A unidade também passa a contar com a Casa de Maria Gestante, Bebê e Puérpera, um espaço com 20 alojamentos destinados a mulheres que necessitam de acompanhamento próximo no pré e pós-parto, mas que não demandam internação hospitalar. A iniciativa tem o potencial de humanizar ainda mais a assistência, oferecendo acolhimento num ambiente menos hospitalarizado.
Outro diferencial é a inclusão de serviços complementares, como odontologia, fonoaudiologia e fisioterapia pélvica, que ampliam a abordagem integral da saúde feminina. Essas especialidades ajudam não apenas na reabilitação, mas também na prevenção de agravos que, muitas vezes, são negligenciados na atenção básica. O Hospital da Mulher do Agreste nasce, portanto, como um equipamento estratégico para descentralizar o acesso a serviços de saúde de média e alta complexidade, atendendo a uma demanda reprimida de anos e reduzindo a sobrecarga de unidades localizadas na Região Metropolitana do Recife. O impacto esperado vai além dos índices assistenciais: representa um avanço na equidade e na dignidade no atendimento às mulheres do interior, que agora contam com um centro especializado mais próximo de suas casas. A entrega da unidade também cria uma expectativa positiva para o cumprimento das demais promessas de maternidades feitas pelo Governo do Estado, sinalizando que a saúde pública pode, de fato, avançar para além das fronteiras da capital.
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