JOÃO CAMPOS ENFIM OCUPARÁ A CADEIRA NO PSB QUE FOI DO SEU AVÔ E DO SEU PAI

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) prepara-se para um dos momentos mais emblemáticos de sua trajetória recente com a realização do XVI Congresso Nacional, que terá como ponto alto a eleição do prefeito do Recife, João Campos, para a presidência nacional da legenda. O evento acontece entre os dias 30 de maio e 1º de junho, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília, e reúne lideranças de todo o país, simbolizando uma transição de gerações dentro do partido. Cerca de 70 delegados pernambucanos estarão presentes, todos com direito a voto, reforçando o protagonismo de Pernambuco no novo ciclo que o PSB pretende iniciar.

A presença de João Campos à frente do processo sucessório é tratada com entusiasmo entre os socialistas. Atual vice-presidente nacional da sigla, o prefeito recifense é apontado como a escolha natural para dar continuidade ao legado de lideranças históricas como Miguel Arraes e Eduardo Campos — ambos também ocuparam a presidência do PSB em momentos decisivos para o crescimento e a estruturação da legenda no plano nacional. Com apenas 31 anos, João Campos representa uma renovação programática e geracional, que vem sendo defendida por setores internos do partido como fundamental para enfrentar os desafios eleitorais de 2026 e consolidar a posição do PSB no campo da esquerda.

O congresso, que conta com uma programação intensa ao longo do fim de semana, também será marcado por discussões estratégicas sobre o futuro político do país e os caminhos que o partido deve adotar diante das novas realidades sociais, econômicas e tecnológicas. Além da eleição do novo presidente, os delegados definirão os nomes que irão compor a nova Comissão Executiva Nacional e o Diretório Nacional, além das comissões executivas dos sete segmentos organizados do partido, como Mulher, Juventude, Negritude, LGBT, Pessoa com Deficiência, Movimento Popular e Movimento Sindical. Esses segmentos têm papel fundamental na interlocução do PSB com a sociedade civil e nos debates sobre inclusão e diversidade.

O atual presidente, Carlos Siqueira, encerra um ciclo de onze anos à frente da legenda. Sob sua liderança, o PSB passou por um processo de autorreforma, revisando seu manifesto e atualizando seu programa político com foco na justiça social, na sustentabilidade e na inovação. Siqueira também teve papel de destaque na construção da aliança política que garantiu a presença de Geraldo Alckmin como vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, contribuindo para o retorno da esquerda ao Palácio do Planalto. Ao final do congresso, Siqueira assumirá a presidência da Fundação João Mangabeira, responsável pela formação política dentro do partido.

Durante o congresso, mesas de debate abordarão temas como economia verde, multilateralismo e paz mundial, avanços tecnológicos e as estratégias do PSB para as eleições de 2026. A programação ainda inclui um ato político-cultural em homenagem ao pianista Arthur Moreira Lima e ao líder sul-africano Nelson Mandela, reafirmando o compromisso histórico do partido com a cultura e os direitos humanos. Para o deputado estadual Sileno Guedes, presidente do PSB em Pernambuco, o evento traduz a essência da legenda: um partido de diálogo, propositivo e com forte sensibilidade social. Ele destaca que João Campos representa o espírito dessa nova fase. A expectativa é que, sob sua liderança, o PSB ganhe novo fôlego nacional, combinando juventude, preparo técnico e fidelidade aos valores históricos da legenda.