JOVEM BALEADO POR DELEGADO EM NORONHA TEM PERNA AMPUTADA

Na madrugada de 5 de maio de 2025, uma festa no Forte dos Remédios, em Fernando de Noronha, foi palco de um episódio violento envolvendo o delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz e o jovem ambulante Emmanuel Pedro Gonçalves Apory, de 25 anos. Segundo imagens de câmeras de segurança, o delegado abordou Emmanuel de forma agressiva, empurrando-o e apontando o dedo em seu rosto. Após uma troca de empurrões, Luiz Alberto sacou sua arma e atirou na perna do jovem, que caiu ao chão com uma fratura exposta.

Testemunhas relataram que o delegado apresentava sinais de embriaguez e que a motivação do ataque teria sido ciúmes, após Luiz Alberto ver sua companheira conversando com Emmanuel. A mãe do jovem, Maria do Carmo, afirmou que seu filho não teve contato com a mulher no dia do ocorrido, mas que um amigo dele havia interagido com ela anteriormente, o que pode ter causado a confusão.

Após o incidente, Emmanuel foi socorrido e levado ao Hospital São Lucas, em Noronha, e posteriormente transferido em uma UTI aérea para o Hospital da Restauração, no Recife. Lá, passou por cirurgia para correção da fratura, mas, devido à gravidade dos ferimentos e possível atraso no atendimento adequado, teve a perna amputada, no dia de ontem, acima do joelho. Em vídeo divulgado antes da cirurgia, Emmanuel expressou sua dor e indignação, afirmando que a amputação poderia ter sido evitada com um atendimento mais rápido e adequado.

O delegado Luiz Alberto Braga, que estava de plantão em Noronha substituindo o titular, foi afastado de suas funções por 120 dias pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, que instaurou um processo administrativo disciplinar para apurar o caso. A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (Adeppe) defendeu o delegado, alegando que ele agiu em legítima defesa diante de agressões injustas, e que o disparo teve o objetivo de cessar a agressão e preservar vidas.

O caso gerou grande comoção e revolta na comunidade local e nas redes sociais, com protestos em Noronha e a hashtag #JustiçaPorEmmanuel ganhando destaque. Celebridades como Luana Piovani, Paulo Vilhena e Bruna Griphao se manifestaram em apoio a Emmanuel, pedindo justiça e auxílio financeiro para seu tratamento.

A investigação está sendo conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e a Corregedoria da SDS acompanha o caso. O delegado entregou sua arma e foi ouvido pela Polícia Civil, mas não foi autuado em flagrante. A defesa do delegado afirma que ele não havia consumido bebida alcoólica e que a abordagem ocorreu devido a um comportamento reiterado de importunação por parte de Emmanuel.

Enquanto isso, Emmanuel permanece internado em recuperação pós-cirúrgica, enfrentando as consequências físicas e emocionais do ocorrido. Sua família agradeceu publicamente as mensagens de solidariedade recebidas e continua buscando justiça para o jovem.