sexta-feira, 9 de maio de 2025

"LÉGUA TIRANA" REVELA A VIDA DO REI DO BAIÃO LUIZ GONZAGA NAS GRANDES TELAS

O cinema brasileiro ganha um novo retrato da vida do Rei do Baião com a estreia de *lLuiz Gonzaga — Légua Tirana, marcada para chegar às telas no próximo dia 12 de junho. Dirigido por Diogo Fontes e Marcos Carvalho, o longa-metragem mergulha no período menos explorado da trajetória de Luiz Gonzaga: sua infância e adolescência no sertão pernambucano. Produzido pela Mont Serrat Filmes, o projeto aposta numa narrativa que resgata as origens musicais do artista ainda menino, vivendo entre as tradições do Araripe e os desafios da seca, da pobreza e das tensões familiares que moldaram sua personalidade. O ator Chambinho do Acordeon, já conhecido por interpretar Gonzaga em outras produções, retorna ao papel, agora para ligar as fases vividas por Kayro Oliveira, que interpreta Luiz ainda criança, e Wellington Lugo, encarregado de dar vida ao jovem Luiz Gonzaga em sua adolescência. A proposta dos diretores é apresentar ao público a gênese do músico que, mais tarde, transformaria o baião em patrimônio sonoro do Brasil, destacando o ambiente sertanejo onde ele absorveu ritmos como a toada, o xote e a embolada.

O filme narra os anos em que Luiz ajudava o pai Januário com a sanfona, vivia os rigores da lida rural e enfrentava a autoridade rígida do coronelismo nordestino, elementos que o empurraram para a decisão dramática de fugir de casa antes de completar 18 anos, em 1930. A narrativa cinematográfica acompanha sua fuga, mas se concentra principalmente em como, ainda menino, Gonzaga começou a construir uma identidade sonora que romperia fronteiras. As filmagens foram realizadas em locações autênticas no interior do Pernambuco, garantindo que a paisagem árida e ao mesmo tempo vibrante do sertão funcione como mais um personagem da história. A trilha sonora, assinada por músicos contemporâneos, dialoga com o legado deixado por Gonzaga e reforça a atmosfera de descoberta e transformação que permeia a trama. Légua Tirana pretende não apenas contar mais uma biografia do artista, mas dar luz a um capítulo formador da cultura popular brasileira, com um olhar que humaniza o mito e expõe suas fragilidades e sonhos no ambiente duro do semiárido. É um reencontro com as raízes do menino que, muitos anos depois, faria o Brasil inteiro dançar ao som de sua sanfona.

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