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Por Edney Souto
ÁLVARO PORTO E MARCELO GOUVEIA: FUSÃO PSDB/PODEMOS VAI DEFINIR QUEM COMANDARÁ O NOVO PARTIDO EM PERNAMBUCO
Marcelo Gouveia e Álvaro Porto caminham para embate direto com fusão entre Podemos e PSDB em Pernambuco. A política pernambucana se prepara para assistir a mais um capítulo de suas movimentações estratégicas e, como dizem os bastidores, também de suas batalhas silenciosas — ou nem tão silenciosas assim. Com a iminente fusão entre o Podemos (20) e o PSDB (45), dois nomes de peso no cenário estadual se preparam para um confronto direto pelo controle da nova legenda: o ex-prefeito e atual “primeiro-ministro” de Paudalho, Marcelo Gouveia, e o deputado estadual Álvaro Porto, atual presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Vamos dar uma analisada aqui NA LUPA, nesse feriado de quinta-feira.
UM SÓ COMANDO- O velho ditado popular “ninguém pode servir a dois senhores” nunca foi tão apropriado. No centro da disputa, está o comando da futura legenda unificada e, com ele, o poder de conduzir estratégias eleitorais, formar alianças e influenciar a distribuição de recursos partidários. É uma briga que vai além de siglas: trata-se de espaço, influência e projetos de poder bem definidos para 2026. De um lado, Marcelo Gouveia comanda com mão de ferro o Podemos em Pernambuco. Sua ascensão dentro do partido o colocou em posição de destaque, não apenas por sua atuação política local em Paudalho, mas também por sua presidência na Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE), cargo que exerce com vigor e onde, segundo fontes, não queria largar por nada. Foi preciso um acordo direto com o prefeito de Aliança, Pedro Freitas (PP), para que Gouveia aceitasse recuar de sua resistência à renovação da entidade, mantendo-se, no entanto, no centro do tabuleiro.
MARCELO QUER MAIS PREFEITOS - Mesmo assim, Marcelo não esconde sua ambição: já conta com o apoio de 14 prefeitos que compõem sua base e, segundo interlocutores, não pretende parar por aí. “Ele é insaciável”, confidenciou um aliado, sob condição de anonimato. “Quer cada vez mais e está disposto a tudo para manter seu espaço de comando.”
ELEGER GABRIEL PORTO - Do outro lado, Álvaro Porto, um dos parlamentares mais influentes da Alepe, também está com seus projetos bem definidos. Presidente do PSDB em Pernambuco, ele tem um objetivo claro e pessoal: eleger seu filho, Gabriel Porto, para a Câmara Federal em 2026. Para isso, precisa de uma estrutura partidária sólida, base eleitoral robusta e — acima de tudo — controle político da nova legenda que surgirá da fusão. A questão central é: quem sairá fortalecido dessa unificação?
BRIGA DE TITÃS - A executiva nacional das duas legendas já está em tratativas avançadas, e a fusão deve ser oficializada ainda neste primeiro semestre de 2025. Quando isso ocorrer, não haverá mais espaço para dois presidentes estaduais. E é aí que o confronto se tornará inevitável. A leitura feita por analistas políticos é que o embate entre Gouveia e Porto se dará em múltiplos campos: articulação interna, apoio de prefeitos, prestígio nacional e capacidade de entrega eleitoral. Marcelo, com forte presença no interior, tenta transformar sua liderança municipalista em força partidária. Já Álvaro aposta no peso institucional da presidência da Alepe e em suas conexões no PSDB nacional para manter o controle.
ARTICULAÇÃO - Internamente, ambos se movimentam. Marcelo Gouveia tem intensificado suas conversas com prefeitos filiados ao Podemos e até mesmo de outras legendas, buscando consolidar um grupo de apoio que sustente sua eventual candidatura à presidência da nova sigla. Álvaro, por sua vez, articula junto à cúpula tucana e busca amarrar apoios parlamentares, além de trabalhar a viabilidade do nome do filho como um projeto de partido.
RUPTURA A VISTA - O risco de uma ruptura interna, caso não haja consenso, é real. Há quem diga que o acordo só sairá com intervenção direta da direção nacional. Outros, mais céticos, apostam que a fusão pode até ser postergada ou esvaziada em Pernambuco, se o impasse persistir. Além da disputa pelo comando, há também uma batalha narrativa. Marcelo tenta se posicionar como representante da base municipalista é ligado a Raquel Lyra, aquele que conhece a realidade das prefeituras e dos pequenos municípios. Álvaro, por outro lado, se apresenta como líder político experiente, com trânsito no Legislativo, na base governista e com nome consolidado no cenário estadual. Álvaro se alinha com João Campos a quem deverá apoiar em 2026. Como percebemos não cabe Marcelo Gouveia e Álvaro Porto no mesmo partido.
TUDO MUDA - Em um estado onde alianças mudam com a velocidade do vento e onde o pragmatismo muitas vezes fala mais alto que a ideologia, o desfecho ainda é incerto. Mas uma coisa é certa: quando a fusão entre Podemos e PSDB for sacramentada, Pernambuco verá um verdadeiro jogo de xadrez político. E só haverá espaço para um rei nesse tabuleiro. A pergunta que se impõe nos bastidores é direta e sem rodeios: quem vai sentar na cadeira do comando — Marcelo Gouveia ou Álvaro Porto? O tempo, como sempre, será o melhor juiz. É isso aí.
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