Greovário Nicollas.
Nos últimos tempos, é notório que o cenário político brasileiro tem se tornado um verdadeiro espetáculo de teatro, onde parlamentares parecem mais preocupados em fazer interpretações para a plateia do que em buscar soluções efetivas para os problemas do país. A insistência na reeleição e a falta de uma reforma política significativa são apenas algumas das facetas dessa encenação que visam desviar o foco de temas sérios, como os escândalos recentes relacionados à manipulação dos descontos nos salários dos aposentados do INSS.
É fundamental deixar claro que para os atuais parlamentares, que detêm mandatos, não há interesse genuíno na realização de uma reforma política que realmente mude o sistema. Eles se tornaram coronéis dentro do próprio sistema eleitoral que os elegeu, com prerrogativas e benefícios que lhes garantem continuar no poder. Assim, mudanças de fundo parecem ser apenas um desejo distante, enquanto a realidade aponta para a permanência de velhas práticas e privilégios.
A suposta proposta que visa acabar com a reeleição é, na verdade, uma mera cortina de fumaça. Novas discussões foram levantadas, mas no entorno desse tema, governistas e oposicionistas engendram propostas que, mais parecem uma tapação para enganar a população. Um exemplo claro disso é a inclusão de um "jabuti" na discussão: a ideia de um mandato de dez anos para senadores. Essa proposta, além de ridícula, por transformar a figura do senador em quase um vitalício, ignora completamente a vontade do povo e distancia ainda mais a política da realidade dos cidadãos brasileiros.
O que fica evidente é que, ao invés de um passo firme rumo à democratização e à verdadeira representatividade, estamos diante de um jogo de cena, onde o verdadeiro lado da história – a corrupção, o descaso e as necessidades da população – se perde nas entrelinhas. A reforma política que se promete não passa de um novo código eleitoral que, em vez de proporcionar mudanças úteis, permanece enganchada no gabinete do relator, o deputado federal Marcelo Castro, aguardando um destino incerto.
Portanto, a reeleição e a falta de uma verdadeira reforma política transformam-se em questões que parecem eternas. Entre promessas vazias e interesses próprios, a população continua a ver seus anseios e necessidades ignorados, enquanto os parlamentares seguem jogando para a plateia, cada vez mais distantes da realidade que deveriam representar. A política brasileira clama por mudanças genuínas, mas, diante do cenário atual, parece que o jogo de cena continuará por muito tempo.
*Periodista, Articulista e Colaborador do Blog do Edney*
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