sábado, 17 de maio de 2025

PAPA LEÃO XIV É CONVIDADO PARA VISITAR O BRASIL AINDA EM 2025

O recém-eleito papa Leão XIV, nascido Robert Prevost, recebeu nesta semana um convite oficial para visitar o Brasil ainda em 2025, com destaque para sua participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, marcada para novembro em Belém, no Pará. O convite foi feito pessoalmente pelo embaixador brasileiro junto à Santa Sé, Everton Vieira Vargas, em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o primeiro encontro formal entre o novo pontífice e o corpo diplomático internacional no Vaticano. A recepção calorosa ao papa norte-americano, com raízes missionárias profundas na América do Sul, sinaliza um momento de sintonia entre o Vaticano e o governo brasileiro, especialmente no tocante às pautas ambientais e sociais.

Apesar de sua origem em Chicago, Leão XIV construiu grande parte de sua trajetória religiosa no interior do Peru, onde desenvolveu uma conexão sólida com comunidades amazônicas. Essa vivência foi fundamental para moldar sua sensibilidade em relação às causas ambientais e indígenas. Quando ainda era bispo, desempenhou papel central na concepção do Sínodo da Amazônia, realizado em 2019, que reuniu lideranças católicas da região para debater temas como desmatamento, direitos dos povos originários e a preservação da floresta. À época, o evento enfrentou resistência do governo de Jair Bolsonaro, que chegou a mobilizar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para acompanhar de perto os desdobramentos da proposta, temendo sua repercussão internacional.

A eleição de Prevost como sucessor do papa Francisco foi interpretada por integrantes do governo Lula como um gesto de continuidade nas prioridades da Igreja Católica, com ênfase nos compromissos sociais, na defesa dos pobres e da ecologia integral. Um diplomata brasileiro chegou a defini-lo como “o primeiro papa amazônico”, considerando sua experiência pastoral no coração da floresta. Seu discurso de posse reforçou a importância de uma Igreja atenta às necessidades dos povos esquecidos e à proteção da criação, refletindo sua adesão à teologia da ecologia e da justiça climática.

Durante o encontro com os diplomatas, Leão XIV surpreendeu ao responder ao convite brasileiro com um “tomei nota” em português claro, gesto que foi interpretado como um sinal positivo em relação à viagem. Caso aceite, sua presença na COP30 traria forte simbolismo e reforçaria o papel da Igreja Católica como aliada na luta contra as mudanças climáticas. O pontífice já participou de debates internacionais sobre o tema e defende que as políticas ambientais não sejam apenas retóricas, mas resultem em ações concretas para proteger o planeta.

No ano passado, durante um seminário global sobre ecologia integral, Prevost alertou para os perigos do colapso climático e defendeu uma nova ética ambiental baseada na reciprocidade entre o ser humano e a natureza. Ele afirmou que o meio ambiente não deve ser tratado como um recurso a ser explorado de maneira tirânica, mas sim como um parceiro vital para a existência humana. A possível vinda do papa à Amazônia brasileira durante a COP30 representa mais que um gesto diplomático: é uma reafirmação de que a Igreja continuará atuando na linha de frente dos debates globais sobre justiça ambiental, especialmente em uma região tão vulnerável e estratégica quanto a floresta amazônica.

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