terça-feira, 20 de maio de 2025

PARTO DE JOVEM NO MEIO DA RUA, COLOCA BREJÃO NEGATIVAMENTE NAS MANCHETES ESTADUAIS

Brejão, município do Agreste pernambucano, foi palco de uma cena lamentável e inaceitável que expôs de forma crua a precariedade do sistema de saúde local. Na madrugada da última quarta para quinta-feira, dia 15 de maio, uma jovem identificada como Carol deu à luz em via pública após ter buscado atendimento no hospital municipal e sido liberada, mesmo apresentando sinais claros de trabalho de parto. A gestante tentou, segundo relatos de moradores e blogs da região, atendimento por mais de uma vez, mas foi constantemente ignorada pela equipe médica de plantão. O episódio, que ganhou rápida repercussão na imprensa estadual e gerou grande comoção nas redes sociais, colocou o governo do prefeito Saulo Maruim (PP) sob forte pressão e críticas. Imagens e informações compartilhadas nas primeiras horas do dia denunciaram o drama vivido pela mãe, que, sozinha, precisou enfrentar o momento mais delicado de sua gestação na calçada de uma rua, sem o mínimo suporte, sem socorro, sem humanidade.

A cena, que remonta aos tempos mais sombrios da saúde pública no interior, foi descrita por testemunhas como “desesperadora”. Em pleno ano de 2025, com todas as tecnologias e avanços na saúde materna, ver uma mulher parindo em plena rua por falta de atendimento adequado é um retrato de abandono e desgoverno. O caso jogou luz sobre o que há meses vinha sendo apontado por moradores e lideranças locais: a estrutura da saúde de Brejão é frágil, desorganizada e incapaz de lidar com situações mínimas de urgência. O prefeito, que assumiu o comando do município no início do ano após as eleições regulares, viu sua gestão afundar em críticas e desconfiança. A nota divulgada pela Prefeitura, afirmando que tomou providências após o ocorrido e afastou o médico responsável, foi considerada insuficiente por parte significativa da população, que entende que o problema não se resume a um único profissional, mas a todo um sistema colapsado.
A repercussão do caso chegou aos principais veículos de comunicação do estado, ganhando espaço em rádios, sites e até telejornais, que denunciaram com veemência o tratamento desumano dado à jovem mãe. Brejão se tornou símbolo de um modelo de saúde que falha, que despreza a vida e que empurra seus cidadãos à indignidade. Profissionais da área, movimentos sociais e até parlamentares estaduais comentaram a gravidade da situação, cobrando investigação rigorosa e ações imediatas. O episódio abalou a credibilidade da gestão municipal, que já enfrentava críticas em outras áreas. Agora, com a saúde colocada no centro do debate, cresce a cobrança por mudanças estruturais, não apenas paliativas. O caso de Carol não pode ser tratado como exceção, mas como um alerta gritante do que precisa ser urgentemente corrigido.

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