quarta-feira, 7 de maio de 2025

PODEMOS ENTRA NA BRIGA DE VEZ PELO COMANDO DA FUSÃO COM O PSDB EM PERNAMBUCO

O cenário político de Pernambuco foi sacudido na tarde da última segunda-feira, quando o Podemos estadual deixou claro que não pretende ceder facilmente a liderança do novo partido que surgirá com a fusão entre a sigla e o PSDB. A manifestação veio através de uma nota assinada por três pesos-pesados da legenda: o presidente estadual e dirigente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Marcelo Gouveia, o ex-senador Armando Monteiro e o ex-deputado federal Ricardo Teobaldo. No texto, os líderes afirmam que ainda não há definição sobre qual das duas legendas comandará a nova força partidária no estado e reforçam que o Podemos tem musculatura política suficiente para reivindicar o posto, ao citar a expectativa de eleger três deputados federais e sete estaduais nas eleições de 2026.

A nota oficial destaca que a presidência estadual será definida com base em critérios objetivos e imparciais, rejeitando qualquer acordo prévio ou imposição unilateral. Para o Podemos, a medida mais justa seria levar em conta a competitividade e a robustez das chapas proporcionais que cada sigla apresentará no próximo pleito. O movimento de hoje foi interpretado nos bastidores como uma resposta direta aos rumores que passaram a circular em Pernambuco nas últimas semanas, dando conta de que a direção do novo partido já estaria acertada para ficar nas mãos do PSDB, atualmente sob comando do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto.

Fontes ligadas à cúpula do Podemos revelaram que a nota teve o objetivo de “colocar os pingos nos is”, diante do que chamam de precipitação de setores tucanos. Essas fontes reforçam que até o momento o assunto da presidência estadual não foi tratado entre a deputada federal Renata Abreu, que vai liderar a legenda unificada no plano nacional, e o presidente do PSDB, Marconi Perillo. Ao trazer para o debate a projeção eleitoral já consolidada do partido para 2026, o Podemos sinaliza que pretende fazer dessa força uma moeda de troca decisiva na disputa pela liderança local da nova agremiação.

A expectativa, segundo os dirigentes do Podemos, é que a definição leve em conta o trabalho de base que o partido afirma ter feito nos últimos anos em Pernambuco, com presença em todas as regiões e articulação com lideranças municipais. Essa construção, argumentam, dá ao partido uma vantagem real em comparação com o PSDB, que passou a ser comandado por Álvaro Porto em circunstâncias diferentes, antes mesmo da fusão ser cogitada. Quando Porto assumiu o partido, o compromisso que lhe foi dado pela direção tucana era de fortalecê-lo para as eleições estaduais e federais, sem qualquer interferência de outra legenda.

Contudo, com o anúncio da fusão entre PSDB e Podemos, o jogo mudou e trouxe uma disputa interna que promete se intensificar. Fontes nacionais ligadas ao PSDB passaram a defender que Álvaro Porto, pela sua condição de presidente da Alepe e pelo espaço político que ocupa no estado, deveria ser o líder do novo partido em Pernambuco. Mas o Podemos, agora, se posiciona abertamente contra essa solução, reivindicando o comando com base no que chama de capital eleitoral já sedimentado e na estrutura partidária consolidada. A disputa pela liderança estadual da nova legenda, portanto, entra em um novo capítulo, marcado por declarações públicas, movimentações de bastidores e a promessa de uma briga política que tende a se arrastar até que a direção nacional bata o martelo sobre quem ficará com o comando em Pernambuco.

Abaixo a nota na íntegra:

O Podemos de Pernambuco, através do presidente da executiva estadual, e de suas principais lideranças, vem à público esclarecer o seguinte:

1. Em estreita articulação e permanente alinhamento com a presidente nacional, a Deputada Federal Renata Abreu, o partido vem trabalhando prioritariamente para garantir a construção e o fortalecimento das chapas que concorrerão em 2026 à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa de Pernambuco.

2. A crescente adesão de expressivos quadros políticos de todas as regiões do estado, autoriza a nossa convicção de que o Partido poderá eleger 3 Deputados Federais e 7 Deputados Estaduais no próximo pleito.

3. A presidente nacional do Podemos, com grande senso de responsabilidade e olhos postos no futuro, tem sido a grande condutora dos entendimentos que poderão resultar na fusão Podemos-PSDB.

4. Esta nova estrutura partidária tem como principal objetivo, oferecer ao país uma nova alternativa que ajude a superar o quadro de extremada polarização atualmente existente no país.

Quanto à presidência estadual, após a fusão, temos a melhor expectativa, pois a mesma será definida não a partir de compromissos prévios inexistentes, ou de qualquer imposição unilateral, mas de critério objetivo e imparcial vinculado à robustez e competitividade das chapas proporcionais que serão apresentadas.

Marcelo Gouveia

Ricardo Teobaldo

Armando Monteiro

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