quinta-feira, 1 de maio de 2025

RICARDO TEOBALDO E MARCELO GOUVEIA ESTÃO ÓRFÃOS DE PARTIDO E PROCURAM ABRIGO PARTIDÁRIO

A cena política de Pernambuco volta a movimentar-se nos bastidores com a nova empreitada do ex-prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, e do ex-deputado federal Ricardo Teobaldo, agora oficialmente sem comando partidário após a saída do Podemos. A dupla, que durante anos foi responsável pela condução da legenda no Estado, já iniciou uma intensa peregrinação em Brasília e no Recife em busca de uma nova sigla que possa acolher seus projetos políticos e manter viva sua influência no tabuleiro eleitoral. Entre as primeiras possibilidades analisadas, surgiu com força o nome do PDT, que atualmente está sob o comando do ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz, e do seu filho, o ex-deputado federal Wolney Queiroz. O partido, que na política estadual mantém alinhamento com o grupo do prefeito do Recife, João Campos, e se coloca em oposição à governadora Raquel Lyra, poderia representar um caminho estratégico para Marcelo e Teobaldo. No entanto, as conversas não avançaram com facilidade. Os Queiroz têm sua própria lógica de comando e resistência a ceder espaço de protagonismo a novos grupos que possam desequilibrar o controle do partido que há décadas conduzem com mão firme no Estado. Além disso, o momento político no Congresso Nacional acrescenta mais camadas de dificuldade à missão. Discute-se com intensidade em Brasília a criação de novas federações e a possibilidade de fusões partidárias, numa tentativa dos grandes partidos de afunilar ainda mais o espectro partidário, reduzindo a quantidade de siglas e aumentando o peso eleitoral de cada agremiação. Esse movimento tende a dificultar ainda mais a vida de lideranças como Marcelo Gouveia, que procura uma legenda que lhe dê condições não apenas de filiação, mas de espaço real para disputar e comandar estruturas. Em meio a esse cenário, Gouveia, que já foi apontado como nome forte para disputar a Prefeitura do Recife no futuro e mantém base sólida na Zona da Mata, começa mais uma vez uma saga para garantir abrigo político que esteja à altura de suas pretensões. Ricardo Teobaldo, que também carrega experiência de articulação nacional, se soma a essa costura, buscando abrir portas junto às direções partidárias em Brasília. O desafio, porém, é encontrar uma legenda que aceite não apenas acolher, mas também compartilhar poder, num momento em que a política brasileira passa por um processo de concentração e fechamento de portas para aventureiros. Nos bastidores, aliados de Gouveia e Teobaldo reconhecem que a escolha precisa ser feita com precisão cirúrgica, já que uma nova filiação inadequada pode comprometer projetos futuros. Enquanto isso, outros partidos também monitoram discretamente o movimento dos dois ex-dirigentes, sabendo que ambos carregam votos e articulação, embora o mercado de legendas, hoje, esteja mais restrito do que nunca. Marcelo, que já atravessou momentos de ascensão e desafios na política estadual, encara agora mais um capítulo de sua trajetória, desta vez com a necessidade de encontrar não apenas um abrigo, mas um novo porto seguro capaz de sustentar suas ambições eleitorais num ambiente cada vez mais competitivo e seletivo.

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