O impasse na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) impediu, nesta semana, a votação da indicação do médico veterinário Moshe Fernandes para assumir a presidência da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro). Mesmo com a indicação aprovada por unanimidade na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ), a falta de quórum no plenário travou a deliberação, frustrando a expectativa do governo de Raquel Lyra (PSDB) de consolidar a nomeação do novo dirigente ainda esta semana. A ausência de apenas um parlamentar inviabilizou a realização da votação, que exige a presença mínima de 20 deputados.
Apesar de constar na pauta de votações da última terça-feira (20), a indicação não avançou devido à presença de apenas 19 deputados. A maioria dos presentes era formada por parlamentares da oposição e da bancada independente, o que evidenciou um descompasso entre o Palácio do Campo das Princesas e sua base aliada. O presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), chegou a convocar uma sessão extraordinária após o encerramento da reunião plenária, na tentativa de viabilizar a análise da matéria, mas o esforço não foi suficiente para garantir o número necessário de parlamentares no plenário.
Nos bastidores da Alepe, circulou a informação de que a presidência da Casa tentou acionar a liderança do governo para convencer aliados a comparecerem à sessão e garantirem a votação. Porém, o vice-presidente da Alepe, deputado Rodrigo Farias (PSB), revelou que não obteve resposta da articulação governista até às 21h da terça-feira, frustrando a tentativa de última hora. Diante da estagnação da pauta, que também está sendo impactada por entraves em torno de projetos de autoria da governadora, a expectativa é de que a votação da indicação de Moshe Fernandes ocorra somente na próxima terça-feira (27), caso a base governista consiga reorganizar sua presença.
Antes do impasse no plenário, Moshe Fernandes foi sabatinado pela CCLJ durante a manhã e recebeu parecer favorável de todos os seus membros, o que lhe habilitava a ser votado em plenário. Durante sua participação na Comissão, o veterinário agradeceu à governadora pela confiança e destacou que encara o novo desafio como uma missão voltada ao serviço público e à escuta da sociedade. Ele ressaltou o papel estratégico da Adagro na defesa sanitária agropecuária do Estado e se comprometeu com uma gestão técnica, alinhada aos interesses da agricultura familiar e do agronegócio pernambucano.
Moshe elogiou o corpo técnico da Adagro e afirmou que a estrutura da instituição é funcional e bem equipada, o que possibilita um trabalho mais efetivo na fiscalização e defesa sanitária de animais e vegetais. Segundo ele, o foco da gestão será integrar esse potencial institucional com as demandas da sociedade, garantindo segurança alimentar e promovendo o fortalecimento da cadeia produtiva agropecuária. A nomeação, caso aprovada, representará também um reforço político para o governo Raquel Lyra, que busca consolidar nomes técnicos à frente de autarquias estratégicas e, ao mesmo tempo, pacificar tensões dentro de sua base de apoio na Alepe.
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