quarta-feira, 28 de maio de 2025

SEGUE CLIMA TENSO NO MDB PÓS ELEIÇÕES

A recente reeleição do ex-deputado federal Raul Henry como presidente estadual do MDB de Pernambuco reacendeu tensões internas no partido, que vieram a público com declarações contundentes do próprio dirigente contra o senador Fernando Dueire, ex-suplente de Jarbas Vasconcelos. Em resposta às críticas feitas por Dueire sobre a condução do processo eleitoral interno da legenda, Raul Henry foi enfático ao acusá-lo de tentar entregar o MDB à governadora Raquel Lyra (PSD) em troca de espaço na chapa majoritária com vistas à eleição de 2026. Segundo Raul, o verdadeiro objetivo do senador era utilizar a estrutura partidária para garantir a própria recondução ao Senado, mesmo diante do que chamou de “reconhecida inviabilidade eleitoral” do suplente, apontando que Dueire jamais recebeu votos nas urnas e que não ultrapassa 1% nas pesquisas recentes. O presidente do MDB pernambucano ainda destacou que a escolha da direção estadual foi decidida democraticamente por meio da convenção, que considerou legítima e respaldada pelo voto da maioria dos delegados, principal instância deliberativa da sigla. Para ele, a disputa interna refletiu uma divergência de linhas políticas: de um lado, a aliança histórica do MDB com o PSB, fortalecida ao longo dos anos e responsável por importantes vitórias e mandatos; do outro, a tentativa de rompimento em favor de uma aproximação com o governo estadual, que classificou como uma manobra pessoal e oportunista. Raul fez questão de sublinhar que a aliança com o PSB permitiu a eleição de Jarbinhas, filho de Jarbas Vasconcelos, com apoio dos socialistas e retorno ao MDB por meio de uma carta de anuência inédita. Reforçou ainda que o mandato de Jarbas Vasconcelos no Senado, atualmente exercido por Fernando Dueire, é também fruto dessa coalizão com o PSB, destacando a importância da lealdade e da coerência política. Em sua fala, Henry refutou qualquer acusação de autoritarismo no processo de escolha partidária, reafirmando que a base do MDB decidiu de forma clara manter os compromissos históricos do partido com os aliados que estiveram presentes em diversas disputas eleitorais. As palavras de Raul foram marcadas por um tom duro e direto, ao acusar o senador de ressentimento por não ter conseguido controlar a sigla para seus fins individuais. Ao invés de uma simples defesa de sua reeleição, o dirigente transformou sua resposta em uma reafirmação de projeto político, valorizando a construção coletiva e os compromissos firmados ao longo de décadas com lideranças tradicionais da política pernambucana. O episódio expôs fissuras internas do MDB em Pernambuco e antecipou o cenário de disputa entre projetos distintos que já começam a se delinear para as eleições de 2026, em meio a uma reorganização das forças políticas no estado.

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