O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta quinta-feira (22) que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deverá retornar ao Brasil nas próximas semanas para reassumir seu mandato na Câmara dos Deputados. Ausente do país desde o fim de fevereiro, o parlamentar — conhecido como "03", em referência à ordem de nascimento entre os filhos homens do ex-presidente Jair Bolsonaro — alegou perseguição do Supremo Tribunal Federal (STF) como justificativa para sua viagem aos Estados Unidos, onde permaneceu durante o período de licença parlamentar. A declaração de Valdemar ocorreu na capital paulista, durante o evento de filiação de Guilherme Derrite ao PP, após o secretário de Segurança Pública de São Paulo deixar o PL. Valdemar disse que o retorno de Eduardo está previsto para o fim da licença de quatro meses e que sua presença será retomada com a normalidade esperada de um deputado federal no exercício do mandato.
Evocando a ideia de continuidade do trabalho político do filho do ex-presidente, o dirigente do PL não se estendeu sobre as implicações da ausência prolongada do parlamentar nem sobre os motivos que o levaram a deixar o país, limitando-se a reafirmar que Eduardo deverá voltar “lógico”, como parte natural da retomada de suas funções legislativas. Em meio ao contexto turbulento no entorno da família Bolsonaro, Valdemar também evitou comentários sobre a demissão de Fábio Wajngarten, advogado e ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro, após a divulgação de conversas comprometedoras entre ele e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Nas mensagens, ambos teriam considerado Lula como a melhor opção para o país caso Michelle Bolsonaro decidisse disputar a presidência em 2026, algo que provocou desconforto no núcleo duro do bolsonarismo. Indagado sobre o assunto, Valdemar minimizou o episódio, classificando-o como um “fato passageiro” e dizendo que não gostaria de emitir opiniões para evitar desagradar qualquer uma das alas envolvidas no embate interno.
Sobre o cenário eleitoral de 2026, Valdemar delegou totalmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro a responsabilidade por indicar o nome que representará o PL na disputa presidencial, destacando que é Bolsonaro quem detém o capital político da legenda. Apesar da atual inelegibilidade imposta ao ex-mandatário pela Justiça Eleitoral, o presidente do partido demonstrou otimismo quanto à possibilidade de reversão da decisão, assim como manifestou confiança em relação aos desdobramentos da ação penal em tramitação no Supremo Tribunal Federal envolvendo o suposto plano golpista articulado por aliados do ex-presidente. Mesmo diante das pressões para que Bolsonaro abra mão da candidatura e antecipe um nome alternativo, Valdemar foi categórico ao afirmar que o líder do PL irá trabalhar para voltar à disputa, comparando sua situação à de Lula, que mesmo preso conseguiu ser um dos protagonistas do debate político nacional até ter sua elegibilidade restaurada. Para o dirigente, os processos que ameaçam Bolsonaro ainda podem ter um desfecho favorável, mesmo que desgastem o ex-presidente no curto prazo.
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