Recife, naturalmente, lidera esse grupo, com mais de 1,4 milhão de habitantes. Logo atrás vem Jaboatão dos Guararapes, com cerca de 700 mil moradores, consolidando-se como a segunda cidade mais populosa de Pernambuco e também do Nordeste entre as que compõem regiões metropolitanas. Em seguida, aparece Fortaleza, capital do Ceará, com mais de 2,6 milhões de habitantes, sendo a única cidade fora de Pernambuco presente nesse grupo e, na verdade, a mais populosa entre todas. Por fim, a cidade de Olinda completa a lista, com mais de 390 mil habitantes, revelando sua importância histórica, cultural e também urbana. Essas três cidades pernambucanas — Recife, Jaboatão e Olinda — formam um corredor metropolitano denso, com extensas áreas conurbadas, trânsito intenso entre bairros e municípios e uma dependência mútua em serviços, comércio e mobilidade.
No entanto, chama atenção a ausência de cidades baianas nessa lista. A Bahia, apesar de ser o estado mais populoso do Nordeste, com mais de 14 milhões de habitantes, não aparece entre as quatro cidades metropolitanas mais populosas da região. Salvador, capital do estado, possui grande população, com cerca de 2,9 milhões de habitantes, mas o critério aqui analisado foca no conjunto das cidades metropolitanas, e a distribuição populacional baiana ocorre de forma descentralizada. O vasto território da Bahia — maior do que muitos países — favoreceu o crescimento de diversas cidades de médio porte espalhadas por diferentes regiões, como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Juazeiro e Barreiras. Essa descentralização reflete também aspectos históricos e econômicos ligados ao interior baiano, que abriga polos agrícolas, industriais e comerciais relevantes, com autonomia regional e pouca dependência da capital.
Esse contraste entre Pernambuco e Bahia exemplifica dois modelos distintos de desenvolvimento urbano. Enquanto Pernambuco concentrou sua população e estrutura econômica em torno de sua capital e região metropolitana, a Bahia expandiu seus centros urbanos para o interior, permitindo que o adensamento se dividisse entre várias cidades intermediárias. Essa diferença tem impactos diretos em políticas públicas, mobilidade urbana, infraestrutura e gestão metropolitana. Em Pernambuco, os desafios da gestão integrada entre cidades vizinhas são constantes, especialmente no transporte, saneamento, moradia e segurança. Já na Bahia, os gargalos estão mais ligados à conexão entre regiões distantes e à necessidade de descentralizar os investimentos públicos sem perder eficiência.
Além do fator geográfico e histórico, questões culturais e políticas também influenciam essa distribuição. Pernambuco, por ter uma longa tradição de articulação regional e presença ativa do governo estadual na Região Metropolitana do Recife, conseguiu concentrar esforços em consolidar um eixo urbano forte. A Bahia, por outro lado, se destacou na formação de sub-regiões autônomas, com identidades culturais e econômicas próprias, como o Recôncavo, o Sertão, a Chapada Diamantina e o Extremo Sul. Esses aspectos demonstram que os dados populacionais não são meramente estatísticas, mas retratos complexos da história e dos caminhos que cada estado nordestino escolheu para se desenvolver.
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