terça-feira, 10 de junho de 2025

COLUNA POLÍTICA | NA LUPA 🔎 POR EDNEY SOUTO

DIREITA SE RENOVA E CRESCE, ENQUANTO A ESQUERDA REFÉM DE LULA CAMINHA PARA UM FIASCO SEM RENOVAÇÃO 
A DIREITA CRESCE E SE MULTIPLICA EM OPÇÕES PARA AS ELEIÇÕES 2026

Depois de anos restrita à figura de Jair Bolsonaro, a direita brasileira vive um processo de diversificação. Hoje, não depende mais de um único nome, mas possui um leque de alternativas com força eleitoral e trajetória consolidada. Nomes como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Eduardo Leite despontam como presidenciáveis com currículos testados nas urnas e nas administrações estaduais. Essa pluralidade dá à direita uma vantagem estratégica inédita: a capacidade de se adaptar ao cenário político sem perder musculatura. Enquanto a esquerda permanece girando em torno de um único líder, a direita aprendeu a formar quadros. E mais: a se preparar para o pós-bolsonarismo. Vamos dar uma analisada NA LUPA desta terça-feira.

LULA E O ESTILO CENTRALIZADOR: UMA CONSTÂNCIA QUE SE TORNA FRÁGIL
Desde os tempos de líder sindical, Lula sempre adotou uma postura centralizadora. Ele nunca dividiu espaço com lideranças emergentes e, mesmo no auge de sua popularidade, manteve todos os holofotes voltados para si. No PT, não há sucessores, apenas substitutos provisórios. Quando precisou indicar um nome, optou por Dilma Rousseff, uma figura sem vida política própria. Lula nunca quis herdeiros políticos, e isso hoje cobra um preço alto. O PT se tornou refém de um único personagem. E quando o único nome de confiança é Fernando Haddad, um “poste” sem base eleitoral sólida, o futuro do partido passa a depender do fôlego de um líder de 79 anos.

O CASO HADDAD: COMPETÊNCIA TÉCNICA NÃO É CAPITAL POLÍTICO
Fernando Haddad é um bom técnico. Teve atuação reconhecida no Ministério da Educação, foi prefeito de São Paulo, mas nunca se firmou como liderança nacional. Lula o utiliza como extensão da sua própria vontade — e não como alguém capaz de tomar rumos próprios. No Ministério da Fazenda, Haddad sofre com resistências do mercado, da esquerda e até de alas do próprio governo. A verdade é que Haddad nunca empolgou o eleitorado e não possui apelo popular. Ele é mais um nome de confiança do que um sucessor real. A insistência em figuras assim mostra como o PT prioriza a lealdade sobre o potencial de liderança. Haddad hoje na realidade fria e crua é um poste apagado.

DILMA, O ERRO QUE CUSTOU CARO AO PROJETO PETISTA
Quando Lula precisou transferir sua liderança, escolheu Dilma Rousseff, ignorando nomes politicamente mais fortes e com melhor trânsito no Congresso e na sociedade. A decisão foi pautada pela lealdade absoluta — mas o custo foi alto. Dilma foi incapaz de construir uma base sólida e sofreu um impeachment que marcou o início de uma crise profunda na esquerda. Até hoje, a escolha de Dilma é vista como um divisor de águas: um momento em que o projeto petista se distanciou da realidade política e se prendeu ainda mais ao personalismo de Lula. A esquerda nunca mais se reergueu do baque.

A DIREITA, AO CONTRÁRIO, FORMA UM EXÉRCITO DE OPÇÕES
Enquanto a esquerda patina em busca de um nome para 2026, a direita já tem um “batalhão” de presidenciáveis em formação. Tarcísio de Freitas, em São Paulo, mostra força e capacidade administrativa. Ronaldo Caiado se mantém firme em Goiás, com base no agronegócio e no conservadorismo tradicional. Ratinho Júnior domina o Paraná com apoio popular e gestão eficiente. Eduardo Leite traz um perfil mais moderado e liberal. Cada um representa uma fatia do eleitorado e pode se viabilizar com ou sem o apoio direto de Bolsonaro. Esse novo cenário torna a disputa de 2026 especialmente desafiadora para o campo progressista.


O PT SEM LULA: UM PARTIDO SEM RUMO E SEM HERDEIROS
A maior fraqueza do PT é a ausência de um plano B. Se Lula decidir não disputar em 2026, ou se sua saúde e popularidade não sustentarem mais uma candidatura, o partido se verá sem alternativa viável. Nenhum nome no partido tem expressão nacional, apelo de massas ou capacidade de articulação suficiente. Haddad não empolga, Gleisi não agrega, Rui Costa virou peça de bastidor e os demais são desconhecidos do grande público. A renovação dentro do PT foi bloqueada por Lula, e agora o partido vive o efeito colateral de sua própria estratégia. Sem Lula, o PT está à deriva.

A POPULARIDADE EM QUEDA E O SINAL DE ALERTA NO NORDESTE
Mesmo em sua base mais fiel — o Nordeste —, Lula já começa a perder força. A inflação, o desemprego, os cortes em programas sociais e o desgaste da figura presidencial refletem na queda de aprovação em pesquisas locais. O que antes era território cativo do lulismo agora mostra sinais de fadiga. Sem entregas concretas e com um governo enfraquecido, o PT vê sua hegemonia ruir até nas regiões onde sempre venceu com folga. Essa erosão de imagem, somada à ausência de nomes novos, cria um cenário de alta vulnerabilidade eleitoral. A derrota em 2026 deixa de ser hipótese e vira possibilidade real.


SEM RENOVAÇÃO, A ESQUERDA VERÁ OS NAVIOS PARTIREM
O ditado popular “quem não dá carne a gato, fica sem gato e sem carne” se aplica perfeitamente à esquerda liderada por Lula. Ao negar espaço para o surgimento de novas lideranças, o PT comprometeu seu futuro político. O cenário para 2026 exige nomes, ideias e articulações. E hoje, a direita tem tudo isso. A esquerda, por outro lado, tem só Lula. E um Lula em desgaste. A eleição que se aproxima será mais disputada do que nunca. E se a esquerda não se reinventar com urgência, verá a carruagem passar, os votos irem embora — e ficará, mais uma vez, a ver navios. É isso aí! O mundo gira!

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