JUNHO LARANJA - HOSPITAL DA RESTAURAÇÃO SE ENGAJA NA CAMPANHA CAMPANHA CONTRA VIOLÊNCIA DE GÊNERO POR QUEIMADURAS

Junho Laranja: Hospital da Restauração se engaja na campanha contra violência de gênero por queimaduras

Hospital aproveita para chamar atenção para os ferimentos provocados durante as festas juninas, que podem ser evitados

O Hospital da Restauração (HR) Gov. Paulo Guerra começa o mês de junho chamando atenção para um tipo de violência recorrente e brutal, que deixa marcas definitivas na vítima: as queimaduras provocadas por fogo ou substâncias corrosivas, especialmente contra as mulheres. Este é o tema central da campanha Junho Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) em razão do Dia Nacional de Luta contra Queimaduras, lembrado nesta sexta-feira (06/06), a qual o HR se junta para reforçar a necessidade de políticas públicas eficazes para prevenção e punição dos agressores. O HR promoverá evento educativo sobre prevenção de queimaduras.

No dia 17/06, no auditório do HR, haverá um evento de conscientização sobre a importância de prevenir as queimaduras. A programação contará com discussão sobre o tema da campanha Junho Laranja deste ano, palestras de profissionais da equipe multiprofissional do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do HR e de profissionais de outros setores do hospital que abordarão prevenção, tratamento das lesões provocadas por queimaduras e também um treinamento sobre combate a princípio de incêndio.

Uma pesquisa de 2021, realizada durante o mestrado da enfermeira Isabella Luiz Resende, com a orientação da vice-presidente da SBQ, a enfermeira doutora Raquel Pan, mostrou que, entre os anos de 2018 e 2019, a Região Sudeste teve quase metade (47%) dos casos de violência contra a mulher por queimaduras, no Brasil. Em 33,9% das notícias que relataram a área corporal atingida, o rosto foi a área mais afetada (72,2%), seguida do tórax (50%).

De acordo com o chefe do Centro de Tratamento de Queimados do HR, Marcos Barretto, os casos em que as pacientes são vítimas de violência com fogo ou materiais corrosivos fazem parte do dia-a-dia dos profissionais do serviço. “Nessa realidade, há dois tipos de vítimas: boa parcela das vítimas de uma ação momentânea, em que numa discussão o agressor joga a substância sobre a outra pessoa, e tem aquelas vítimas de ações planejadas, que é quando aumenta a gravidade, porque a vítima está dormindo e, além de não se defender, demora a reagir”, explica o cirurgião-plástico.

“Quem usa fogo ou qualquer substância corrosiva contra uma pessoa, quer matá-la ou condená-la a um sofrimento definitivo que tempo nenhum apaga. As marcas são definitivas no corpo, porque na maioria dos casos mutila, e na mente, já que mexe, além de tudo, com a autoestima da vítima”, completa o médico.

FESTAS JUNINAS - É também durante o mês de junho que o Hospital da Restauração chama atenção para as queimaduras, no contexto geral, por causa das festas juninas, época em que ainda existe a tradição de acender fogueiras e utilizar fogos de artifício. Os números de pacientes atendidos, nos últimos anos, são estáveis, mas, para o médico Marcos Barretto, os dados revelam que as pessoas precisam mudar alguns comportamentos. “Os eventos são quase todos preveníveis, então, as pessoas devem pensar nas consequências daquilo que vão fazer, porque o ideal é que, se é evitável, deveriam ter cuidado para que não aconteçam. Quando a gente tem um número de pessoas que precisam de atendimento em um curto espaço de tempo, há uma sobrecarga no serviço de saúde”, afirma. 

HISTÓRICO - Em 2024, durante as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro, os profissionais do Centro de Tratamento de Queimados do HR prestaram atendimento a 46 pessoas, das quais 29 precisaram ficar internadas. 

Em 2023, durante as três datas festivas, 47 pessoas procuraram atendimento e 19 ficaram internadas. Durante o ano de 2022, 44 pacientes deram entrada no serviço do HR e, desse total, 18 precisaram de internação.

SERVIÇO - O Centro de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital da Restauração é referência no atendimento e tratamento de queimaduras. Localizado no segundo andar do hospital, conta com 40 leitos divididos em três enfermarias (pediátrica, feminina e masculina).

Foto: Manoel Filho/HR/SES-PE