A ex-deputada federal Marília Arraes embarcou nesta terça-feira para Brasília com um objetivo político claro: marcar presença no anúncio oficial da criação da Federação entre o Solidariedade e o PRD, agendado para esta quarta-feira. Vice-presidente nacional do Solidariedade, Marília tem desempenhado papel estratégico nas articulações que culminaram no entendimento entre as duas siglas, e agora aposta no fortalecimento desse novo bloco partidário para ampliar sua influência no cenário nacional. Segundo a ex-parlamentar, o projeto da Federação pode não se encerrar na união inicial, já que há conversas em andamento com outras legendas, incluindo o PSDB, com quem os diálogos estão avançados, restando apenas, segundo ela, uma pendência no estado de Goiás, onde o ex-governador Marconi Perillo comanda a legenda. Marília acredita que, superado esse entrave regional, os tucanos poderão se somar à nova aliança, reforçando ainda mais o peso político da Federação no Congresso Nacional.
Com a formalização da união entre Solidariedade e PRD, a Federação passa a contar com uma bancada de dez deputados federais, sendo cinco de cada partido. A movimentação não apenas amplia a presença dos dois grupos na Câmara, como também reposiciona estrategicamente figuras de destaque, como o deputado federal Luciano Bivar, que atualmente integra o União Brasil, mas garantiu ao presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, que migrará para o PRD durante a próxima janela partidária, fortalecendo a aliança. Essa mudança reforça o compromisso de Bivar com o novo projeto político, e abre caminho para uma reestruturação das chapas proporcionais em vários estados, sobretudo em Pernambuco, onde o parlamentar busca a reeleição.
No plano pessoal, Marília Arraes também redefine seus rumos eleitorais. Pré-candidata ao Senado em 2026, ela passa agora a contar com uma estrutura partidária mais robusta para sustentar sua campanha majoritária. A Federação oferece condições reais para que Marília dispute a vaga com competitividade, inclusive com a perspectiva de ampliar sua base de apoios em vários estados. No entanto, caso a candidatura ao Senado não se concretize, Marília avalia disputar uma cadeira na Câmara Federal. A volta à disputa proporcional teria efeito estratégico: com sua expressiva votação, ela poderia puxar uma chapa forte em Pernambuco e ajudar diretamente na reeleição de Luciano Bivar, além de consolidar uma bancada fiel ao projeto da Federação.
Outro nome que desponta no contexto dessa articulação é o de Gabriel Porto, filho do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto. Com a possível entrada do PSDB na Federação, Gabriel pode se beneficiar diretamente, tornando-se um dos principais candidatos a deputado federal da nova frente. Seu nome representa a renovação do grupo político comandado por Álvaro, e pode se tornar uma peça-chave na disputa proporcional. O movimento em torno da Federação, portanto, não se limita à reconfiguração de siglas, mas redesenha cenários e lança novas possibilidades eleitorais, antecipando articulações que terão reflexos diretos nas eleições de 2026.
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