quinta-feira, 26 de junho de 2025

MIRELLA DIZ QUE PEDIDO DE IMPEACHMENT FOI IRRESPONSÁVEL

A Câmara de Vereadores de Olinda rejeitou, por maioria, o pedido de impeachment protocolado contra a prefeita Mirella Almeida durante sessão realizada nesta quinta-feira (26). O requerimento, de autoria do advogado e ex-candidato a prefeito do município, Antônio Campos, foi considerado improcedente pelos parlamentares, que decidiram arquivá-lo ainda na fase de admissibilidade. O documento não chegou a ser apreciado quanto ao mérito, uma vez que os vereadores entenderam que não havia fundamentos jurídicos ou administrativos que justificassem a abertura de um processo contra a atual gestora.

A prefeita, ao tomar conhecimento do arquivamento, não poupou críticas ao pedido. Em pronunciamento à imprensa, classificou a iniciativa como uma tentativa política de desestabilização, articulada por figuras que, segundo ela, não aceitaram os resultados das urnas e permanecem em clima de disputa eleitoral. “É um pedido irresponsável de quem nunca desarmou o palanque. E que, diferente de mim, não constrói, só destrói por onde passa”, afirmou, em clara referência ao autor do requerimento. Para Mirella, a tentativa de impeachment não passa de um gesto motivado por ressentimento pessoal, travestido de alegações jurídicas frágeis.

Mirella também usou o episódio para fazer uma reflexão sobre os desafios enfrentados por mulheres na política, especialmente quando se trata de lideranças jovens em cidades historicamente dominadas por grupos tradicionais. “Não é fácil ser uma mulher jovem, numa política de homens, nascidos em berço de ouro, vindos de famílias tradicionais. Mas, apesar de ser jovem, eu aprendi a não ter medo, eu sei enfrentar os desafios”, declarou, em tom firme. A fala da prefeita foi recebida com manifestações de apoio nas redes sociais, onde muitos destacaram a necessidade de mais mulheres ocupando espaços de liderança e resistindo às pressões do sistema político tradicional.

O pedido de impeachment foi protocolado com base em supostas irregularidades administrativas que, segundo o autor, configurariam infrações político-administrativas. No entanto, os vereadores consideraram que o conteúdo apresentado carecia de provas concretas e não atendia aos requisitos mínimos exigidos pela legislação vigente para dar início a um processo de afastamento. A base aliada da prefeita se articulou nos bastidores para barrar a iniciativa, mas mesmo entre vereadores independentes houve resistência à ideia de instaurar um processo sem evidências robustas.

Durante a sessão, alguns parlamentares destacaram que a administração de Mirella vem apresentando avanços em áreas sensíveis como educação, saúde e infraestrutura urbana, o que teria contribuído para o entendimento de que o pedido fazia parte de um movimento político e não de uma fiscalização legítima. A oposição tentou explorar o momento para cobrar mais transparência e diálogo do Executivo, mas a tentativa de criar uma crise institucional não encontrou eco na maioria do plenário.

Mirella Almeida, que assumiu o comando da Prefeitura de Olinda após a gestão de Professor Lupércio, tem apostado em um modelo de gestão técnica e voltado para resultados. Nos últimos meses, ela tem reforçado a presença em comunidades, anunciado novas obras e fortalecido programas sociais. A prefeita também vem enfrentando ataques políticos com uma postura combativa, mas sem deixar de enfatizar sua condição de mulher e jovem em um espaço ainda hostil à diversidade. Seu discurso tem ressoado principalmente entre os setores mais jovens do eleitorado e entre movimentos feministas e sociais da cidade.

Com a rejeição do pedido de impeachment, a gestora permanece à frente do cargo com respaldo político reforçado. Apesar da tentativa de criar um fato político, o episódio terminou fortalecendo sua imagem de resistência e resiliência em um cenário marcado por disputas de poder e por tentativas recorrentes de desestabilização por parte de figuras tradicionais da política local.

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