A manhã desta quinta-feira (26) marcou mais uma ofensiva da Polícia Civil de Pernambuco no combate à criminalidade organizada, com a deflagração da 35ª Operação de Repressão Qualificada do ano, batizada de “Impostor”. A ação é coordenada pela Diretoria Integrada Especializada (DIRESP) e está sob responsabilidade do delegado José Tenório, que comanda o Grupo de Operações Especiais (GOE), unidade estratégica do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO). A operação foi resultado de uma investigação iniciada em maio deste ano, com foco na identificação e desmantelamento de uma associação criminosa voltada à falsificação de documentos públicos em larga escala, com possível envolvimento de servidores.
Com forte aparato logístico e apoio de várias forças policiais, a ofensiva mobilizou 50 agentes da Polícia Civil, entre delegados, escrivães e investigadores, além de setores especializados como a Diretoria de Inteligência (DINTEL), o Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB/LD) e o Setor de Inteligência Policial da Superintendência da Polícia Federal em Pernambuco. A ação também teve reforço da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, além das Polícias Civis dos estados da Paraíba e de Goiás, numa articulação interestadual que aponta para a ramificação da organização investigada.
A operação foi autorizada pela Vara Única da Comarca de Sirinhaém, que expediu um mandado de prisão, dez mandados de busca e apreensão domiciliar e uma medida cautelar determinando o afastamento de um agente público de suas funções. As diligências foram realizadas simultaneamente em municípios pernambucanos como Sirinhaém, Paulista, Garanhuns, Jaboatão dos Guararapes, Vitória de Santo Antão e Altinho, além de alcançar as cidades de João Pessoa, na Paraíba, e Goiânia, em Goiás. A amplitude geográfica da ação revela a complexidade da rede criminosa, que segundo as primeiras informações, agia de forma articulada para produzir e utilizar documentos públicos falsos em esquemas ainda sob apuração.
Os investigadores não descartam o envolvimento de funcionários públicos que possam ter facilitado o acesso a sistemas ou informações sensíveis, possibilitando a criação de documentos com aparência legítima. O alvo principal do mandado de prisão, segundo fontes ligadas à operação, teria atuado diretamente na fabricação dos documentos falsificados, embora o nome do suspeito ainda não tenha sido oficialmente divulgado. O afastamento preventivo do agente público visa garantir o andamento isento da apuração e evitar interferências no processo investigativo.
Até o momento, os materiais apreendidos estão sendo analisados pelas equipes técnicas e podem conter evidências fundamentais para aprofundar a linha de investigação sobre os reais objetivos da organização. Entre os itens recolhidos estão computadores, celulares, documentos impressos e mídias digitais que passarão por perícia detalhada. A expectativa da Polícia Civil é de que, com o avanço das análises, outros nomes ligados ao esquema sejam identificados e novas fases da operação possam ser deflagradas nos próximos dias.
A operação “Impostor” insere-se em um contexto de maior rigor das forças de segurança pública de Pernambuco na repressão a crimes contra a administração pública, especialmente aqueles que envolvem fraude documental e corrupção. A Polícia Civil ressaltou que a investigação permanece em andamento e que informações complementares poderão ser repassadas à imprensa conforme o desenrolar dos trabalhos. O nome da operação faz referência direta à natureza do crime, cuja prática afeta não apenas o funcionamento de órgãos públicos, mas também a segurança jurídica e os direitos de cidadãos que podem ser lesados por documentos falsos inseridos no sistema oficial.
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