quarta-feira, 4 de junho de 2025

PF AVANÇA EM OPERAÇÃO CONTRA FRAUDES NO INSS

A Polícia Federal voltou às ruas nesta quarta-feira (4) com uma nova fase da Operação Sem Desconto, mirando mais uma vez o sofisticado esquema de descontos associativos indevidos em benefícios do INSS. As diligências da vez ocorreram em dois municípios sergipanos: Indiaroba e Umbaúba, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Federal de Sergipe. A operação, iniciada em abril deste ano, tem revelado como aposentados e pensionistas vêm sendo lesados sistematicamente por entidades que se valem de artifícios para aplicar cobranças mensais sem qualquer autorização legítima dos beneficiários.

Segundo a Polícia Federal, o foco atual é apreender bens de valor que pertençam aos investigados, a fim de tentar reparar os danos ao erário e mitigar os prejuízos financeiros causados às vítimas do esquema. Os alvos desta etapa da investigação estariam diretamente ligados à manipulação de dados dos sistemas que gerenciam os pagamentos do INSS, com o objetivo de inserir descontos vinculados a supostas associações ou sindicatos, cujas adesões não foram reconhecidas nem formalizadas pelos beneficiários.

O método fraudulento envolve, na maioria das vezes, o uso indevido de dados pessoais de aposentados e pensionistas, que só percebem a irregularidade ao notarem descontos recorrentes e não explicados em seus contracheques. A trama se estende por diferentes estados e mobiliza, além da PF, órgãos como o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União, compondo uma força-tarefa contra as práticas que afetam, principalmente, cidadãos de baixa renda e idosos com pouca familiaridade com serviços digitais.

As investigações apontam que instituições intermediárias, como associações e entidades de classe fictícias, são registradas com o objetivo exclusivo de captar recursos mediante descontos mensais automáticos que aparecem sob nomenclaturas genéricas nos extratos do INSS, dificultando o reconhecimento pelos beneficiários. Com o passar dos meses, muitos dos atingidos acabam arcando com os prejuízos sem sequer saber a origem das cobranças.

A fase anterior da operação já havia resultado em prisões e na apreensão de documentos que mostraram a existência de uma rede estruturada, com atuação nacional, especializada em fraudar sistemas e manipular registros no Dataprev. A nova ofensiva policial reforça a continuidade da investigação, agora com foco no rastreamento patrimonial e na busca por provas que possam consolidar as denúncias de estelionato e associação criminosa. Nos mandados desta quarta-feira, foram recolhidos equipamentos eletrônicos, contratos e documentos bancários que podem revelar o caminho do dinheiro desviado e a participação de outros envolvidos ainda não identificados.

O prejuízo estimado, segundo fontes da investigação, já ultrapassa a casa dos milhões de reais, atingindo milhares de aposentados em todo o Brasil. A Polícia Federal segue analisando os materiais apreendidos e não descarta novas fases da operação, à medida que as conexões entre os envolvidos forem sendo mapeadas.

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