Segundo a Polícia Federal, o foco atual é apreender bens de valor que pertençam aos investigados, a fim de tentar reparar os danos ao erário e mitigar os prejuízos financeiros causados às vítimas do esquema. Os alvos desta etapa da investigação estariam diretamente ligados à manipulação de dados dos sistemas que gerenciam os pagamentos do INSS, com o objetivo de inserir descontos vinculados a supostas associações ou sindicatos, cujas adesões não foram reconhecidas nem formalizadas pelos beneficiários.
O método fraudulento envolve, na maioria das vezes, o uso indevido de dados pessoais de aposentados e pensionistas, que só percebem a irregularidade ao notarem descontos recorrentes e não explicados em seus contracheques. A trama se estende por diferentes estados e mobiliza, além da PF, órgãos como o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União, compondo uma força-tarefa contra as práticas que afetam, principalmente, cidadãos de baixa renda e idosos com pouca familiaridade com serviços digitais.
As investigações apontam que instituições intermediárias, como associações e entidades de classe fictícias, são registradas com o objetivo exclusivo de captar recursos mediante descontos mensais automáticos que aparecem sob nomenclaturas genéricas nos extratos do INSS, dificultando o reconhecimento pelos beneficiários. Com o passar dos meses, muitos dos atingidos acabam arcando com os prejuízos sem sequer saber a origem das cobranças.
A fase anterior da operação já havia resultado em prisões e na apreensão de documentos que mostraram a existência de uma rede estruturada, com atuação nacional, especializada em fraudar sistemas e manipular registros no Dataprev. A nova ofensiva policial reforça a continuidade da investigação, agora com foco no rastreamento patrimonial e na busca por provas que possam consolidar as denúncias de estelionato e associação criminosa. Nos mandados desta quarta-feira, foram recolhidos equipamentos eletrônicos, contratos e documentos bancários que podem revelar o caminho do dinheiro desviado e a participação de outros envolvidos ainda não identificados.
O prejuízo estimado, segundo fontes da investigação, já ultrapassa a casa dos milhões de reais, atingindo milhares de aposentados em todo o Brasil. A Polícia Federal segue analisando os materiais apreendidos e não descarta novas fases da operação, à medida que as conexões entre os envolvidos forem sendo mapeadas.
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