Nos bastidores, Mário Ricardo é visto como um deputado em fim de linha, sem protagonismo na Assembleia Legislativa e agarrado ao grupo de João Campos na esperança de renovação do seu espaço político. A prática de empregar derrotados políticos, no entanto, não é isolada. Em Olinda, Vinícius Castello, que perdeu a disputa municipal em 2024, virou secretário-executivo de Infraestrutura do Recife. Já em Surubim, Ana Célia, outra aliada do PSB derrotada na última eleição, foi acomodada como secretária-executiva de Planejamento e Articulação Social da capital.
A estratégia do prefeito não se limita às nomeações individuais. No início de janeiro deste ano, João Campos sancionou um projeto aprovado na Câmara Municipal que aumentou em 25% o número de cargos comissionados e gratificações na estrutura da Prefeitura do Recife. O impacto dessa medida chega a R$ 65 milhões, ampliando ainda mais o espaço para nomeações políticas e reforçando o caráter de aparelhamento da máquina pública municipal. Com a proximidade do pleito estadual, a movimentação de João Campos é vista como uma forma de construir alianças em diferentes regiões do estado, utilizando a estrutura da capital como moeda de troca. Mesmo com discursos de modernização e eficiência administrativa, a prática se assemelha aos métodos tradicionais da velha política, que usa cargos públicos como recompensa por apoio eleitoral.
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