A permanência de Raul Henry na presidência estadual do MDB sinaliza mais do que a continuidade de uma liderança: representa o reforço do compromisso do partido com a pré-candidatura de João Campos ao governo de Pernambuco em 2026. Secretário de Relações Institucionais da Prefeitura do Recife, Henry é um nome histórico da Frente Popular. Foi vice-governador na gestão Paulo Câmara, em 2014, e participou ativamente da articulação que elegeu Jarbas Vasconcelos senador em 2018, ambos movimentos ancorados na mesma aliança política. Em meio às articulações, o MDB vislumbra ampliar sua influência em duas frentes: no plano nacional, almeja fortalecer sua bancada na Câmara dos Deputados; em Pernambuco, a prioridade será manter representação na Assembleia Legislativa e permanecer como protagonista na composição majoritária. Nesse contexto, a figura do senador Fernando Dueire desponta como peça-chave.
Dueire, embora mantenha uma relação institucional respeitosa com a governadora Raquel Lyra, ganhou destaque ao atuar diretamente com João Campos na liberação de um empréstimo de R\$ 2 bilhões para o Recife, costurado no Senado Federal. O gesto foi interpretado como uma sinalização de afinidade política e pragmatismo. Seu nome passou a ser defendido dentro do MDB como uma solução de consenso para a vice-governadoria, com a perspectiva de equilibrar as forças internas do partido. Embora teoricamente apto a compor uma chapa com qualquer cabeça majoritária, o cenário atual torna mais natural sua indicação ao lado de João Campos, dada a longa trajetória de convergência entre os dois grupos. A presença de Dueire na chapa pode funcionar como elemento catalisador de unidade interna, pacificando disputas e consolidando a legenda para enfrentar o pleito.
Além da possível indicação de Fernando Dueire, o MDB trabalha para viabilizar uma chapa proporcional robusta. A deputada federal Iza Arruda deve buscar a reeleição, enquanto Raul Henry, ex-presidente nacional da sigla, também se movimenta para retornar à Câmara dos Deputados. Na Assembleia Legislativa, Jarbas Filho, herdeiro político de Jarbas Vasconcelos, pretende renovar seu mandato, mantendo viva a memória e a influência de seu pai dentro do partido. Internamente, há um entendimento de que a aliança com João Campos fortalece o MDB e assegura espaço político relevante, inclusive com acesso privilegiado ao tempo de televisão, uma vez que a legenda possui a quinta maior bancada da Câmara com 44 parlamentares.
A liderança de Raul Henry e a possibilidade de Dueire integrar a chapa majoritária têm sido tratadas como estratégicas no núcleo do partido, principalmente diante da necessidade de manter representação no Senado. O próprio Fernando Dueire, um dos 11 senadores em exercício pelo MDB, é considerado prioridade absoluta do partido para 2026. Caso não dispute a reeleição, a legenda já articula para que ele integre a chapa majoritária, reafirmando seu papel de destaque na articulação política nacional. No campo da Frente Popular, cresce a percepção de que a incorporação do MDB ao projeto de João Campos não apenas amplia a base de apoio como confere densidade eleitoral à candidatura. Com atuação consolidada, trajetória institucional e forte capilaridade partidária, o MDB se coloca como uma engrenagem indispensável no xadrez político que começa a ser montado para as eleições de 2026 em Pernambuco.
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