Em encontros informais, o prefeito tem sido visto tanto em agendas ao lado de secretários do governo estadual como em conversas com lideranças socialistas. Essa dualidade é vista como um movimento calculado. De um lado, ele precisa assegurar a chegada de recursos do Estado para obras e investimentos em Serrita, sobretudo em áreas como saúde e infraestrutura. De outro, tem o desafio de não permitir que seus opositores locais, alguns já articulados com o PSB, ocupem espaços junto à base de João Campos. O risco de abrir brechas para a oposição crescer com o apoio do ex-governador Paulo Câmara ou de forças ligadas a Danilo Cabral não passa despercebido por Aleudo.
A tática de Aleudo também passa por sua compreensão do eleitorado de Serrita, que historicamente valoriza gestões operosas, mas também demonstra forte influência das lideranças estaduais nas urnas. Com uma base municipal relativamente consolidada, o prefeito tem margem para apostar na ambiguidade por mais algum tempo, sem comprometer seu capital político. Ao mesmo tempo, ele sabe que, mais cedo ou mais tarde, o relógio da eleição vai cobrar uma definição. Até lá, segue manobrando com a mesma precisão de uma lâmina Gillette, cortando dos dois lados com frieza calculada.
Enquanto isso, seus aliados mais próximos evitam declarações públicas incisivas. A ordem nos bastidores é manter a neutralidade como estratégia. Aleudo não quer parecer infiel a Raquel Lyra, que mantém programas estaduais em andamento na cidade, mas também não deseja romper com o PSB, cujo prestígio regional ainda pode ser decisivo para a montagem das chapas proporcionais. Em ano pré-eleitoral, o silêncio vale mais que uma declaração mal interpretada. E nesse silêncio, Aleudo conduz seu jogo com destreza, evitando desgastes com ambos os lados enquanto observa o movimento das peças no tabuleiro político de Pernambuco.
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