O deputado federal Carlos Veras, eleito presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco para os próximos quatro anos, sinalizou com firmeza o que pretende imprimir em sua gestão à frente da legenda: unidade, protagonismo e compromisso com os projetos nacionais do partido. Ligado à tendência interna CNB – Construindo um Novo Brasil –, Veras destacou que sua eleição, com 93% dos votos, reflete o desejo majoritário da militância por um partido coeso, alinhado e com foco nas disputas de 2026. Segundo ele, a mensagem que guiou sua campanha – a de unificar o PT – foi bem recebida pelos filiados e militantes, o que atribui à confiança de que essa coesão será determinante para garantir a reeleição de Lula e o retorno de Humberto Costa ao Senado.
Apesar da ampla vitória da CNB em nível estadual, a corrente sofreu um revés importante no Recife, onde o vereador Osmar Ricardo, apoiado pela senadora Teresa Leitão e pelo prefeito João Campos, superou o ex-vereador Jairo Brito, nome indicado pela CNB. Para Veras, esse resultado não representa uma ruptura e é compreensível, dado o contexto de aliança do PT com o PSB na capital pernambucana. Ele observa que Osmar, como parte da base de apoio de João Campos, defende a manutenção da parceria local, em sintonia com o cenário nacional onde PT e PSB compartilham o mesmo projeto político.
A prioridade imediata do novo presidente estadual é a montagem das chapas proporcionais para a eleição do próximo ano. Ele argumenta que essa etapa é decisiva para o fortalecimento do partido nas bases e para garantir sustentação ao projeto de reeleição de Lula. Além disso, Carlos Veras já antecipa que o partido trabalhará com afinco pela eleição de Humberto Costa ao Senado, reforçando a presença do PT na principal casa legislativa do país. Para ele, manter dois senadores petistas em Pernambuco é uma marca que não pode ser desperdiçada.
Veras acredita que a eventual disputa entre Raquel Lyra e João Campos em 2026 tornará inviável a formação de um único palanque no estado para Lula, mesmo com o presidente buscando unir forças locais. Ele lembra que, em 2006, Lula contou com o apoio simultâneo de Humberto e Eduardo Campos, embora fossem adversários no plano estadual, mas argumenta que o contexto era outro e que a polarização entre Raquel e João deverá impedir uma repetição daquele arranjo. Ainda assim, ele reforça que todos os candidatos ao governo estadual poderiam, independentemente de seus palanques, declarar apoio à candidatura de Lula, como forma de reconhecimento pelas ações federais em favor de Pernambuco.
Carlos Veras destaca que a governadora Raquel Lyra já foi beneficiada por recursos federais liberados pelo governo Lula, o que também se aplica ao prefeito João Campos. Para ele, isso comprova que Lula tem olhado com atenção para o estado, independentemente de alinhamentos eleitorais. Em sua avaliação, esse histórico recente reforça que a vitória do presidente em 2026 seria a melhor alternativa para o futuro de Pernambuco. Embora defenda que o protagonismo do PT deve ser reafirmado no estado, Veras entende que o momento é de concentrar esforços na agenda nacional. A prioridade, para ele, está em consolidar o projeto do partido no Brasil, com a reeleição de Lula como objetivo central, sem deixar de pavimentar o caminho para que, em um futuro próximo, o PT possa também assumir o governo estadual.
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