Maribel doou R$ 500 mil para a campanha de Tarcísio, o que a posicionou como a sexta maior financiadora entre os mais de 600 doadores que contribuíram com o então candidato. Os repasses foram realizados em duas etapas: o primeiro, de R$ 100 mil, via Pix em 26 de agosto de 2022; o segundo, de R$ 400 mil, em 6 de outubro, já durante o segundo turno da eleição, por transferência eletrônica. Os dados constam na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral. Curiosamente, não há registro de que a pecuarista tenha apoiado financeiramente qualquer outro candidato naquele pleito.
Apesar da citação de seu nome nos relatórios da Polícia Federal, Maribel negou envolvimento com os crimes investigados. Em contato com a Folha de S.Paulo, ela afirmou, em uma breve mensagem por WhatsApp, que não tem “nenhum tipo de envolvimento com isso”. A reportagem aguardava posicionamento de sua assessoria, que não retornou até a publicação. Por sua vez, a equipe de comunicação de Tarcísio informou que o governador não possui vínculo com a doadora e desconhece qualquer conduta ilegal por parte dela, reforçando que as contribuições seguiram as normas legais e foram devidamente declaradas.
Outro ponto que reacende questionamentos sobre a estrutura de campanha de Tarcísio é a participação de seu cunhado, Maurício Pozzobon Martins, que foi o responsável pelo controle financeiro da candidatura. Após a vitória eleitoral, Tarcísio tentou nomeá-lo para um cargo no Palácio dos Bandeirantes, mas recuou após acusações de nepotismo. Hoje, Pozzobon Martins atua no gabinete do deputado estadual Danilo Campetti (Republicanos), aliado próximo do governador e ligado à base bolsonarista paulista. As ligações entre os financiadores e a organização da campanha agora passam a ser observadas com maior atenção, à medida que avançam as investigações da Polícia Federal sobre as conexões financeiras do PCC no sistema político.
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