A abertura da licitação para a instalação do Instituto de Medicina Legal (IML) no Sertão do Araripe marcou um momento histórico para a população da região. O anúncio, feito nesta quinta-feira (3), representa não apenas uma resposta a uma demanda antiga da população sertaneja, mas também a consolidação de anos de luta da deputada estadual Roberta Arraes (PP) e do deputado federal Eduardo da Fonte (PP), que vêm tratando o tema como prioridade desde os primeiros anos de seus mandatos.
A ausência de um IML no Araripe impactava diretamente milhares de famílias da região, que, em momentos de dor e luto, ainda eram obrigadas a se deslocar por longas distâncias para conseguir a liberação de corpos e a realização de exames periciais. As cidades mais próximas com unidades do IML eram Petrolina e Caruaru, o que, em muitos casos, representava deslocamentos superiores a 400 km, em estradas precárias e sem qualquer estrutura de acolhimento às famílias. Esses trajetos dolorosos, muitas vezes feitos por parentes desesperados, agravavam o sofrimento e atrasavam os trâmites legais, prejudicando investigações e o direito à despedida digna.
Roberta Arraes, natural da região e com atuação política voltada para o fortalecimento do Sertão, nunca deixou de incluir o tema na sua agenda. Em diversas ocasiões, usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco para denunciar o descaso histórico com o Araripe e exigir do poder público estadual uma postura mais justa em relação à interiorização da estrutura de justiça. A parlamentar acredita que o IML é mais do que um equipamento técnico: é símbolo de respeito, de cidadania e de reparação para um povo que por décadas foi negligenciado.
Eduardo da Fonte, por sua vez, reforçou o compromisso em Brasília, articulando apoio e destinando recursos para a viabilidade da obra. O parlamentar defendeu que, além do apelo humano, a presença de um IML no Sertão trará também reflexos positivos na segurança pública e na administração da Justiça, encurtando prazos, melhorando a eficiência dos órgãos policiais e promovendo respostas mais rápidas à sociedade diante de crimes e mortes suspeitas.
O passo decisivo que culminou na abertura da licitação só foi possível após o pleito ser acolhido pelo Governo do Estado. A governadora Raquel Lyra, segundo os parlamentares, recebeu a demanda com sensibilidade, compreendendo a urgência da pauta. A interlocução política feita por Roberta e Eduardo junto ao Palácio do Campo das Princesas foi determinante para que o projeto finalmente saísse do papel. Para eles, a postura da governadora demonstra que é possível construir soluções reais quando há compromisso com o povo e com as necessidades do interior.
A futura unidade do IML no Araripe deverá atender municípios como Araripina, Ouricuri, Trindade, Exu, Ipubi, Bodocó, Santa Cruz, Granito e Moreilândia, concentrando uma população de aproximadamente 400 mil pessoas. A presença da estrutura deve impactar diretamente no funcionamento das delegacias, no trabalho dos institutos de criminalística e medicina legal, e no atendimento às vítimas e suas famílias. Será um reforço fundamental para a cadeia de custódia da prova pericial, para a elucidação de crimes e para a dignidade dos processos funerários.
A expectativa agora é de que, com o processo licitatório em andamento, as obras possam ser iniciadas ainda este ano. A construção do prédio, a aquisição de equipamentos e a formação da equipe técnica especializada fazem parte de um planejamento detalhado que deverá ser executado com celeridade. A chegada do IML ao Sertão do Araripe não será apenas a implantação de um prédio, mas a correção de uma dívida histórica com uma das regiões mais esquecidas do estado.
Em meio ao anúncio, a mobilização da sociedade também ganhou destaque. Familiares de vítimas, lideranças comunitárias e representantes de entidades civis vêm manifestando apoio à iniciativa e destacando a importância da atuação política responsável e comprometida com as causas do povo. O sentimento geral na região é de alívio, gratidão e esperança. Afinal, depois de tantos anos de promessas e omissões, o Sertão vê finalmente um sinal concreto de que está sendo olhado com o respeito que sempre mereceu.
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