segunda-feira, 7 de julho de 2025

GUILHERME UCHÔA: SETE ANOS DA PARTIDA DE UM LEÃO NA DEFESA DE PERNAMBUCO

Por Geovani Oliveira
Há exatamente sete anos, Pernambuco amanhecia mais silencioso. Era o silêncio da saudade, da incredulidade, da dor profunda que invadiu os corações de tantos que conviveram com o ex-deputado Guilherme Uchôa. A notícia de sua partida para outra dimensão cortou o tempo e fez o estado inteiro pausar para homenagear aquele que, com coragem, honra e compromisso, marcou uma era na política pernambucana. Um leão se foi,  mas seu rugido ainda ecoa.

Guilherme Uchôa foi mais do que um político. Foi um homem de visão. Um homem que enxergava além do que se via, que lia nas entrelinhas da vida política com a sabedoria de quem já nascera com vocação para o diálogo e o enfrentamento. Oriundo dos quadros do Judiciário, tinha a precisão da justiça nos gestos e a habilidade do político nato nas palavras. Ele não apenas fazia política,  ele era a política com “P” maiúsculo.

Presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco por um número recorde de mandatos consecutivos, Uchôa foi o grande maestro dos bastidores, o apaziguador dos conflitos, o conselheiro dos novos e o escudo dos antigos. Um verdadeiro Leão do Norte, que rugia não para si, mas para proteger os seus, os aliados, os amigos, os colegas, os servidores e o povo que representava com tanto afinco.

Era um homem de coragem rara. Não recuava diante das crises. Não tergiversava diante da injustiça. Enfrentava os desafios como quem sabia que o tempo é sempre mais generoso com os que são firmes, justos e leais. A sua liderança não era imposta: era naturalmente reconhecida. Liderava pela confiança, pela competência e, sobretudo, pela coerência — uma virtude cada vez mais rara em tempos líquidos e palavras ocas.

Tive a honra de ser um dos seus liderados. E é difícil colocar em palavras o que foi conviver com Guilherme Uchôa. Não era apenas uma relação política. Era uma relação de afeto, de amizade sincera, de cuidado verdadeiro. Era como ter um pai por perto, alguém a quem se podia recorrer nos momentos mais difíceis, certo de que receberia uma palavra firme e um sorriso largo — aquele sorriso que confortava e trazia esperança.

Uchôa era apaixonado pela família, por sua esposa Eva, por seus filhos Júnior Uchôa e Giovana, por Janaína, Tato e pelos netos e por todos os que o cercavam. Era neles que encontrava o seu maior refúgio, sua razão de ser, seu equilíbrio. E talvez tenha sido essa força familiar que o tornava um homem tão completo, tão íntegro, tão inspirador.

Hoje, sete anos após sua partida, celebro não apenas a memória de um grande político, mas a vida de um grande homem. Um homem que nos ensinou que a política pode e deve ser feita com verdade, com lealdade e com alma. Um homem que não se acovardava, que não se vendia, que não abandonava os seus. Um homem que, mesmo ausente, continua presente em cada gesto de dignidade e coragem que ainda vemos em alguns poucos bons quadros da política atual.

Guilherme Uchôa foi-se jovem demais para a quantidade de missões que ainda poderia cumprir. Mas partiu no tempo exato de quem já havia deixado um legado — não apenas de feitos, mas de princípios. A sua história não terminou com sua ausência física. Ela vive nas lembranças, nos ensinamentos e, sobretudo, no exemplo.

A saudade é imensa. A falta é real. Mas a gratidão é eterna.

Obrigado por tudo, Leão do Norte. Que sua voz continue nos guiando, e que seu exemplo permaneça como farol para todos aqueles que acreditam que a política ainda pode ser um instrumento de transformação.
Você se foi, Dr. Guilherme Uchôa — mas sua história é eterna.
Eterna como os leões que nunca morrem… apenas descansam.

Quanta saudade!

*Geovani Oliveira é Advogado, natural de Garanhuns, ex-prefeito dê a Itaquitinga na Mata Norte.

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