segunda-feira, 14 de julho de 2025

LULA CRESCE NAS PESQUISAS APÓS DISCURSO CONTRA ELITE E REAÇÃO AO TARIFAÇO DE TRUMP

A recente estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de adotar um discurso mais direto, contrapondo os interesses da população mais pobre aos dos mais ricos, começa a surtir efeitos visíveis nos levantamentos de opinião. Não são apenas os dados internos do Palácio do Planalto que apontam uma melhora na popularidade de Lula. Pesquisas eleitorais estaduais que chegaram às mãos de dirigentes do Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, também indicam uma discreta, mas consistente, recuperação do petista. Segundo fontes do partido, os dados revelam um crescimento médio de dois pontos percentuais na intenção de voto para Lula ao longo do último mês, um avanço considerado relevante no cenário político atual.

Esse crescimento, segundo a leitura que circula entre lideranças do PL, estaria diretamente relacionado à resposta rápida do governo brasileiro à imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos, anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump em sua plataforma eleitoral. A decisão de Trump afeta diretamente setores importantes da economia brasileira, especialmente o agronegócio e a indústria do aço. Lula, ao reagir com firmeza e posicionar o Brasil como defensor da soberania e da justiça comercial internacional, reforçou sua imagem de líder combativo e atento aos interesses nacionais. A narrativa de que “os ricos estão incomodados porque o governo voltou a olhar para os pobres” tem ganhado espaço, especialmente nas redes sociais e nos discursos públicos do presidente.

No entanto, dentro do PL, o avanço de Lula ainda não é tratado com alarme. A avaliação predominante entre aliados de Bolsonaro é que o crescimento do presidente pode ter atingido um teto momentâneo e não deve ultrapassar os atuais dois pontos de vantagem. Mesmo assim, há um desconforto crescente em relação aos possíveis efeitos políticos que o chamado “tarifaço de Trump” pode provocar no Brasil. O receio é que a retaliação norte-americana, que vinha sendo usada por setores bolsonaristas para alimentar críticas ao atual governo, possa acabar se voltando contra o próprio ex-presidente, dada sua proximidade com o republicano norte-americano e sua defesa constante do alinhamento automático com os EUA.

Nos bastidores, aliados de Bolsonaro já admitem que a narrativa nacionalista adotada por Lula pode ter mais apelo do que o esperado, principalmente se os impactos das tarifas forem sentidos no bolso do cidadão comum. A conexão entre o discurso contra a elite econômica, a defesa do produtor nacional e a crítica ao intervencionismo estrangeiro começa a ressoar positivamente entre eleitores indecisos. Embora o PL insista que a vantagem petista é limitada e temporária, o ambiente interno do partido é de observação cautelosa. O efeito político do embate comercial ainda é uma incógnita, mas já provoca inquietação entre aqueles que apostavam em um desgaste acelerado de Lula nos próximos meses.

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