Um trágico acidente de trabalho resultou na morte do técnico em refrigeração Samuel José da Silva, de 31 anos, na manhã desta quinta-feira, 24 de julho, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Por volta das 9h, Samuel realizava um serviço de manutenção em um aparelho de ar-condicionado no quinto andar de um prédio de alto padrão, localizado na movimentada Avenida Boa Viagem, quando sofreu a queda fatal. Segundo as primeiras informações, o trabalhador despencou de uma altura superior a 20 metros, gerando comoção entre os moradores do edifício e pessoas que transitavam pela região no momento da ocorrência.
De acordo com relatos de testemunhas, o jovem técnico, que prestava serviços de forma terceirizada e não era contratado direto do condomínio, estava posicionado em uma área externa do apartamento, possivelmente sobre a marquise do edifício, quando o acidente aconteceu. Uma das hipóteses iniciais levantadas pelas autoridades é que a estrutura da marquise tenha cedido, fazendo com que Samuel perdesse o equilíbrio e caísse. A vítima foi arremessada diretamente ao chão, não havendo tempo hábil para qualquer tipo de socorro ou contenção.
Assim que o acidente foi comunicado, equipes do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto de Medicina Legal (IML) foram imediatamente enviadas ao local. Os peritos iniciaram os procedimentos técnicos para análise do cenário da queda, enquanto o corpo do trabalhador era recolhido para necropsia. A cena foi isolada, e peritos concentraram-se na inspeção da marquise e nas condições de segurança do ambiente de trabalho em que Samuel operava. A investigação, agora sob responsabilidade da Polícia Civil de Pernambuco, vai buscar respostas sobre as circunstâncias que levaram à tragédia.
Entre os pontos que deverão ser apurados estão a existência de equipamentos de proteção individual, como cintos de segurança, cordas e ancoragens, além de possíveis falhas na estrutura do prédio e ausência de normas de segurança aplicadas à execução do serviço. Até o momento, o condomínio não emitiu nota oficial. Vizinhos relataram que o barulho da queda foi abrupto, e muitos pensaram tratar-se de algo arremessado do andar superior, até que se depararam com o corpo estendido na área frontal do edifício.
Samuel era conhecido por atuar em diversas residências da região, sempre prestando serviços na área de refrigeração. Familiares e amigos, ao tomarem conhecimento do ocorrido, compareceram à delegacia para prestar depoimentos e buscar informações sobre o andamento da apuração. O caso reacende o debate sobre a vulnerabilidade de trabalhadores autônomos e terceirizados, especialmente em áreas técnicas e de risco, onde muitas vezes não há garantia de condições mínimas de segurança.
Moradores da Avenida Boa Viagem relataram que, apesar de o edifício ser de alto padrão, situações semelhantes já foram observadas em outros prédios da área, como trabalhadores atuando em sacadas e marquises sem o devido uso de EPIs. A morte de Samuel gerou forte comoção nas redes sociais, com mensagens de solidariedade à família e cobranças por responsabilização dos envolvidos. A Polícia ainda deve ouvir representantes do condomínio, a empresa contratante dos serviços e engenheiros responsáveis pela estrutura do prédio.
A expectativa é que a perícia técnica seja conclusiva quanto à causa da queda e auxilie na definição de possíveis negligências. O corpo de Samuel foi encaminhado ao IML, onde passará por exames antes de ser liberado para sepultamento. A tragédia expôs, mais uma vez, os riscos enfrentados diariamente por trabalhadores da área de manutenção predial, que atuam em alturas elevadas sem as garantias necessárias.
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