quinta-feira, 24 de julho de 2025

TRUMP PODE FORTALECER LULA AO ATACAR PRESIDENTES DA CÂMARA E DO SENADO

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode acabar oferecendo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um presente político involuntário caso decida impor sanções contra os atuais presidentes da Câmara e do Senado no Brasil. Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) entraram recentemente no radar do governo norte-americano, que estuda ampliar sua lista de restrições a autoridades brasileiras — medida que já atingiu sete ministros do Supremo Tribunal Federal. A hipótese de cassação de vistos ou inclusão em sanções unilaterais se tornaria um estopim para a consolidação de uma aliança entre os chefes dos Três Poderes em defesa da soberania nacional.

Até agora, a postura de Motta e Alcolumbre diante da escalada de tensão entre Brasília e Washington tem sido marcada pela cautela. Nenhum dos dois se manifestou com firmeza contra o possível “tarifaço” que Trump ameaça impor a produtos brasileiros, mas interlocutores apontam que essa moderação pode ser substituída por uma reação contundente caso eles próprios passem a ser alvos diretos da ofensiva norte-americana. O Planalto já monitora discretamente os desdobramentos.

Dentro do Congresso Nacional, a possibilidade de uma sanção por parte dos Estados Unidos é vista como ataque frontal à autonomia institucional do país. Caso isso ocorra, Lula deve aproveitar o momento para aprofundar os laços políticos com os presidentes da Câmara e do Senado, selando uma frente única com apoio também do STF. O movimento reforçaria o discurso nacionalista do presidente e daria novo fôlego à articulação de sua base no Parlamento.

Fontes próximas ao núcleo político do governo avaliam que a conjuntura pode favorecer a retomada de uma agenda unificadora, deixando em segundo plano divisões internas. Alcolumbre, até então discreto em seus posicionamentos, poderia emergir como símbolo da resistência a interferências externas. Já Hugo Motta, que tem atuado como elo entre o Executivo e o centrão, passaria a ser peça-chave na defesa da institucionalidade. Para Lula, a pressão vinda de Trump, embora hostil, pode se transformar em impulso estratégico para reequilibrar o jogo político interno e projetar a imagem do Brasil como nação soberana e unida frente ao cenário internacional.

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