Até agora, a postura de Motta e Alcolumbre diante da escalada de tensão entre Brasília e Washington tem sido marcada pela cautela. Nenhum dos dois se manifestou com firmeza contra o possível “tarifaço” que Trump ameaça impor a produtos brasileiros, mas interlocutores apontam que essa moderação pode ser substituída por uma reação contundente caso eles próprios passem a ser alvos diretos da ofensiva norte-americana. O Planalto já monitora discretamente os desdobramentos.
Dentro do Congresso Nacional, a possibilidade de uma sanção por parte dos Estados Unidos é vista como ataque frontal à autonomia institucional do país. Caso isso ocorra, Lula deve aproveitar o momento para aprofundar os laços políticos com os presidentes da Câmara e do Senado, selando uma frente única com apoio também do STF. O movimento reforçaria o discurso nacionalista do presidente e daria novo fôlego à articulação de sua base no Parlamento.
Fontes próximas ao núcleo político do governo avaliam que a conjuntura pode favorecer a retomada de uma agenda unificadora, deixando em segundo plano divisões internas. Alcolumbre, até então discreto em seus posicionamentos, poderia emergir como símbolo da resistência a interferências externas. Já Hugo Motta, que tem atuado como elo entre o Executivo e o centrão, passaria a ser peça-chave na defesa da institucionalidade. Para Lula, a pressão vinda de Trump, embora hostil, pode se transformar em impulso estratégico para reequilibrar o jogo político interno e projetar a imagem do Brasil como nação soberana e unida frente ao cenário internacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário