A disputa pela presidência estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco movimenta as bases da legenda neste domingo (6), com dois nomes conhecidos protagonizando a eleição interna: o deputado federal Carlos Veras e o ex-deputado Fernando Ferro. O pleito acontece por meio do Processo de Eleição Direta (PED), e promete não apenas definir um novo nome no comando partidário, mas também apontar o rumo político que o PT pretende seguir no estado nos próximos anos. A votação ocorre das 9h às 17h em diversos municípios pernambucanos e será realizada em cédulas de papel, o que deve prolongar a apuração, mas há expectativa de resultado ainda na noite deste domingo.
Carlos Veras aparece como o favorito na disputa. Atual deputado federal e ligado à corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), ele surge com apoio expressivo das lideranças internas. O nome de Veras representa a continuidade da gestão do também deputado estadual Doriel Barros, atual presidente do partido. Ao seu lado, estão diversas correntes internas, além do respaldo de deputados estaduais, prefeitos, vereadores e militantes históricos. Veras tem reforçado que sua candidatura busca manter a unidade partidária e fortalecer a atuação do PT nas bases, com foco em participação popular e organização coletiva. Ele defende um partido mais ativo nos territórios, sem abrir mão da aliança com movimentos sociais.
Do outro lado da disputa, Fernando Ferro traz um discurso crítico e defende uma guinada na condução do PT pernambucano. Ex-parlamentar com trajetória destacada no Congresso Nacional, Ferro argumenta que a atual direção estadual falhou ao não priorizar uma candidatura própria ao Governo de Pernambuco em 2022, abrindo mão de protagonismo político. Para ele, a subordinação a outras forças e a condução apagada nos últimos anos levaram à perda de relevância do partido no estado. Ferro acredita que sua candidatura resgatou o debate interno e trouxe esperança para filiados que desejam reposicionar o PT no cenário estadual. Ele quer um partido mais autônomo, com foco na reconstrução de sua bancada federal, atualmente representada apenas por Veras.
O clima entre as duas candidaturas é de respeito, mas também de forte disputa política. Enquanto Veras aposta no acúmulo e nos apoios conquistados ao longo do seu mandato parlamentar, Ferro tenta mobilizar os setores que se sentem insatisfeitos com os rumos do partido nos últimos anos. A eleição deste domingo, portanto, vai além de nomes: ela sintetiza dois projetos distintos para o futuro do PT de Pernambuco.
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