terça-feira, 19 de agosto de 2025

CLIMA PESADO E DISPUTA POLÍTICA MARCAM A ABERTURA DA CPI DA PUBLICIDADE NA ALEPE



A primeira reunião da CPI da Publicidade na Assembleia Legislativa de Pernambuco foi marcada por fortes tensões, com governistas e oposicionistas travando um embate que deixou claro o cenário de acirramento político que deve acompanhar os próximos passos da investigação. O encontro, realizado nesta terça-feira, começou sob um clima carregado, com trocas de acusações e questionamentos sobre a legalidade da instalação do colegiado. Governistas argumentaram que a composição da comissão não poderia ser oficializada, já que o Tribunal Superior Eleitoral ainda não havia atualizado no sistema as recentes mudanças partidárias envolvendo três deputados decisivos para a oposição: Diogo Moraes, que deixou o PSB para o PSDB, Waldemar Borges, que migrou para o MDB, e Junior Matuto, que agora integra o PRD. Para os aliados do governo Raquel Lyra, a ausência da atualização no sistema do TSE inviabilizaria a formalização da CPI neste momento.

O deputado Diogo Moraes, no entanto, rebateu a argumentação exibindo em mãos sua certidão de filiação já atualizada, documento que, segundo ele, comprova a legalidade da sua condição e a regularidade da participação na comissão. O gesto inflamou ainda mais o debate, com oposicionistas afirmando que a exigência de atualização no sistema do TSE era uma tentativa clara de atrasar os trabalhos e criar obstáculos burocráticos. A oposição sustentou que a Mesa Diretora da Alepe já havia sido oficialmente comunicada sobre as mudanças partidárias e, por isso, a instalação da CPI teria respaldo jurídico e regimental. Governistas, por sua vez, acusaram a direção da Casa de agir em conluio com os deputados que trocaram de partido, numa suposta manobra para garantir a maioria oposicionista na comissão.

A tensão refletiu o peso político que a CPI da Publicidade carrega dentro da Alepe, sendo vista como um teste de força entre a base da governadora Raquel Lyra e a oposição liderada pelo PSB, agora reforçada por antigos aliados que migraram para outras legendas. Ainda durante a reunião, os ânimos permaneceram exaltados, com debates acalorados sobre a validade dos atos e a legitimidade da condução do processo. Apesar das divergências, a sessão seguiu com a indicação de que a eleição dos membros e da presidência da comissão deveria acontecer, abrindo espaço para a fase investigativa que promete ser uma das mais intensas dos últimos anos na Casa Joaquim Nabuco. O episódio inaugural já deixou evidente que a CPI será palco de confrontos diretos e que cada detalhe processual será usado como arma de disputa política, antecipando semanas de embates duros e negociações de bastidores que podem redefinir forças na política estadual.

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