segunda-feira, 18 de agosto de 2025

COLUNA POLÍTICA | SENADO 2026 | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

COM HUMBERTO COSTA NO PÁREO, VAGA DO SENADO VIRA UM JOGO DE UMA PEDRA SÓ
O JOGO DE RESTA 1 NA POLÍTICA PERNAMBUCANA

O tabuleiro da política pernambucana para 2026 já começa a se desenhar com contornos bem definidos. A presença de Humberto Costa (PT) na disputa pelo Senado funciona como uma peça de xadrez que, por si só, muda a lógica do jogo. A aliança costurada entre João Campos (PSB) e aliados estratégicos cria uma equação quase inescapável: uma das vagas para o Senado já está carimbada com o nome do petista. O que sobra para os demais postulantes é um jogo de resta 1, onde cada movimento implica em sacrifícios calculados e, muitas vezes, dolorosos. Vamos dar uma girada aqui NA LUPA desta segunda. 

A MATEMÁTICA DO PODER
Se Miguel Coelho, Marília Arraes e Silvio Costa Filho estão todos alinhados com João Campos, a matemática é simples: apenas duas cadeiras restam para acomodar quatro nomes fortes. Nesse arranjo, um deles terá de ser vice, outro dividirá a chapa ao Senado com Humberto e o terceiro será obrigado a recuar para a disputa proporcional na Câmara Federal. É a aritmética dura do poder, que não se resolve apenas com votos, mas com acordos, promessas futuras e concessões amargas.

MARÍLIA ARRAES E A PROMESSA DE 2028
Se o desenho da chapa colocar Marília Arraes ao lado de Humberto Costa, a compensação política já está sendo desenhada. O PSB teria que apoiar Marília em 2028 para disputar novamente a Prefeitura do Recife. A neta de Arraes se mantém como uma peça valiosa no tabuleiro e João Campos sabe disso. O risco de tê-la fora da aliança é maior do que acomodá-la dentro do bloco. A aliança com Humberto, nesse caso, seria mais do que uma chapa – seria um pacto para o futuro. Por isso analistas não possuem dúvidas de que Marília será a companheira de Humberto Costa na chapa do PSB. 

SILVIO COSTA FILHO: ENTRE A VICE E A CÂMARA
Silvio Costa Filho (Republicanos), por outro lado, enfrenta o risco de dar uma ré estratégica. Caso não seja escolhido para o Senado ou para a vice, terá de buscar a reeleição como deputado federal. A solução encontrada pelo PSB seria encaminhar seu nome para Lula, em caso de reeleição, para mantê-lo em um ministério em eventual quarto mandato petista. Silvio é habilidoso, mas a equação mostra que não haverá espaço para todos em posições majoritárias. Sua sobrevivência dependerá da costura nacional.

MIGUEL COELHO: O JOVEM HERDEIRO NA ENCRUZILHADA
Miguel Coelho aparece como peça-chave. Pela lógica, deve compor como vice de João Campos, em uma aliança que uniria PSB e União Brasil. Caso essa fórmula se confirme, a família Coelho ainda preservaria espaço com Fernando Filho na Câmara Federal. A dúvida é se Miguel aceitará o papel de coadjuvante agora, mirando um salto maior no futuro. Para ele, a vice pode ser tanto uma vitrine quanto uma armadilha política, dependendo do desempenho do grupo no próximo ciclo.

O PESO DA OPOSIÇÃO
No campo da oposição, Raquel Lyra surge com cartas na manga. O nome de Armando Monteiro, ex-senador e figura experiente, é tratado como reserva de luxo. Além disso, Anderson Ferreira e Eduardo da Fonte entram no radar para compor a chapa oposicionista. Se Eduardo da Fonte aceitar a missão de disputar o Senado, a equação força Miguel Coelho a migrar para a disputa proporcional, ampliando ainda mais a pressão sobre o grupo governista. A oposição, neste cenário, não será mero figurante.

HUMBERT0 COSTA: A GRAVIDADE DO PODER
O fato é que, com ou sem acordos adicionais, Humberto Costa já garantiu um espaço privilegiado. A força gravitacional do PT, somada à fidelidade do PSB ao projeto nacional, assegura a Humberto o terceiro mandato no Senado. Ele não depende da incerteza dos arranjos locais. Sua candidatura é praticamente cláusula pétrea dentro da aliança. Para os aliados, resta a disputa pela vaga remanescente – e ela promete ser dura, intensa e cheia de ressentimentos.

CENÁRIOS E DESFECHOS POSSÍVEIS
Pelos bastidores, a lógica indica que o PSB deve caminhar para uma chapa com Humberto Costa e Marília Arraes no Senado, João Campos na cabeça e Miguel Coelho como vice. Restaria a Silvio Costa Filho a missão de buscar a reeleição como deputado federal, preservando espaço em eventual ministério de Lula. Do outro lado, Raquel Lyra arma sua tropa com Armando Monteiro, Eduardo da Fonte e Anderson Ferreira, criando um cenário competitivo. O futuro ainda pode surpreender, mas uma certeza já se impôs: em Pernambuco, o jogo de resta 1 já começou – e a pedra que sobra atende pelo nome de Humberto Costa. É isso aí. 

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