Por Greovário Nicollas*
É, meus caros vinte e poucos leitores, a política pernambucana nunca decepciona nos bastidores. A deputada Dani Portela (PSOL), em rota de aproximação com o PT, acreditou que estava prestes a sair do baixíssimo clero da Assembleia Legislativa de Pernambuco para ocupar o centro dos holofotes. Mas o roteiro não saiu como ela imaginava. A jogada de Álvaro Porto, presidente da Alepe, em articulação com João Campos, surpreendeu a todos ao colocar Diogo Moraes como peça-chave na CPI que tanto mobilizou atenções.
Diogo, ressentido com a governadora Raquel Lyra por conta do lançamento de Fábio Aragão em Santa Cruz do Capibaribe, entrou na cena com sangue nos olhos. O socialista de carteirinha, hoje emprestado ao PSDB até a janela de 2026, mostrou que ainda tem lastro para embaralhar o jogo político. Resultado: Dani Portela perdeu espaço e a chance de ser protagonista de um palco que parecia preparado para ela.
Para piorar, Dani enfrenta o peso de uma investigação do MPPE sobre a contratação de empresas ligadas a familiares do seu esposo, pagas com recursos públicos. O caso, ainda em andamento, já respinga no seu capital político e mina a confiança de antigos apoiadores. Os bastidores dão como certo que o desgaste pode inviabilizar sua reeleição, já que o eleitorado do PSOL tende a rejeitar o episódio, e o PT possui seus próprios nomes consolidados, não abrindo espaço para uma “forasteira” interna.
Apesar de sua trajetória respeitável na militância de esquerda, Dani Portela tropeçou ao não compreender a lógica fria do jogo político. Achou que teria respaldo para crescer, mas acabou isolada. A CPI, como sempre, segue imprevisível: começa com explosão e termina, quando termina, em acordos e silêncios. Dani, no entanto, ficou com o pior dos dois mundos — sem protagonismo e com a sombra da investigação.
Na política, como se sabe, quem não joga com cálculo vira jogada dos outros. Dani acreditou que era a protagonista, mas descobriu que era apenas figurante no tabuleiro montado por Álvaro, João Campos e Diogo Moraes. O resultado é que saiu menor do que entrou.
*Articulista, Periodista e Colaborador do Blog do Edney*
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