quarta-feira, 20 de agosto de 2025

JOÃO CAMPOS RECONHECE AUTONOMIA DA ALEPE EM MEIO AS MANOBRAS E À CPI DA PUBLICIDADE


O prefeito do Recife, João Campos, adotou postura cautelosa ao comentar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os contratos de publicidade do Governo de Pernambuco, instalada nesta terça-feira (19) na Assembleia Legislativa. Em entrevista concedida no Compaz do Cordeiro, durante o lançamento de um programa de incentivo à leitura, Campos destacou o respeito à autonomia do Legislativo, evitando polêmicas diretas sobre o andamento da CPI. O prefeito ressaltou que questões internas da Assembleia são lideradas pela própria Casa e reafirmou o relacionamento institucional harmonioso com os diferentes poderes, incluindo a Câmara dos Deputados e a Câmara Municipal do Recife.

A CPI ganhou destaque político após movimentações estratégicas que alteraram a composição do bloco governista. Diogo Moraes, que havia se filiado recentemente ao PSB, migrou para o PSDB e foi eleito presidente da comissão. Waldemar Borges, também ex-PSB, filiou-se ao MDB e assumiu a função de relator. Júnior Matuto, por sua vez, entrou no PRD, mantendo a regularidade de seu mandato e evitando riscos relacionados à infidelidade partidária. Essas mudanças, que tiveram aval do comando nacional do PSB, provocaram a saída de PSDB, MDB e PRD do bloco governista, garantindo à oposição a maioria na comissão e definindo a direção dos trabalhos de investigação.

O prefeito João Campos, que já se posiciona como pré-candidato ao Governo de Pernambuco em 2026, destacou que a sua postura não interfere nas decisões da Assembleia. Ele afirmou que sempre manteve um relacionamento baseado no respeito e na autonomia entre os poderes, reforçando que a independência do Legislativo deve ser preservada. Campos ressaltou que seu foco permanece em suas funções administrativas e em projetos sociais, como o programa de leitura lançado durante sua agenda no Compaz do Cordeiro.

A instalação da CPI, marcada por tensões políticas, evidencia a complexidade do cenário estadual, com ex-socialistas ocupando posições estratégicas no colegiado. O processo envolve análise de contratos publicitários e possíveis irregularidades, sob condução de parlamentares que recentemente mudaram de sigla, sem risco de perda de mandato. A articulação política demonstrou capacidade de reorganizar forças, alterando o equilíbrio da base governista na Alepe.

Campos enfatizou que, mesmo em meio a reviravoltas partidárias, a relação institucional com a Assembleia Legislativa e demais poderes permanece sólida. O prefeito procurou evitar confrontos diretos com o Legislativo, destacando que decisões internas da Alepe devem ser conduzidas exclusivamente pelos deputados, mantendo o princípio da separação entre os poderes. Ao mesmo tempo, reforçou sua trajetória política e seu compromisso com o Recife, articulando, paralelamente, sua pré-candidatura ao Governo e ações de impacto social, como programas educativos e culturais, demonstrando foco na administração municipal e no fortalecimento de políticas públicas.

A movimentação da CPI mostra como mudanças partidárias podem influenciar o comando de comissões importantes, impactando diretamente a capacidade do governo estadual de conduzir sua agenda. Mesmo diante de disputas e manobras políticas, João Campos reiterou que mantém absoluto respeito às instituições e à autonomia da Alepe, evitando interferir em processos internos da Assembleia. A condução da CPI e a eleição de seus membros, em meio a uma reorganização partidária, evidencia a dinâmica complexa do cenário político pernambucano, em um contexto que antecede as eleições de 2026.

A postura de Campos reflete cautela e estratégia política, equilibrando sua atuação como prefeito do Recife, pré-candidato ao Governo e mantenedor do respeito institucional, enquanto a CPI da publicidade avança sob presidência de Diogo Moraes, com relatoria de Waldemar Borges e participação de Júnior Matuto, garantindo pluralidade e autonomia às decisões do Legislativo estadual.

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