segunda-feira, 18 de agosto de 2025

MANOBRA POLÍTICA DE ÁLVARO E PSB RECONFIGURA CPI DA ALEPE


A política em Pernambuco mais uma vez demonstrou sua capacidade de surpreender e alterar cenários de maneira rápida e estratégica. Nos bastidores da Assembleia Legislativa (Alepe), uma movimentação da oposição conseguiu transformar completamente o equilíbrio de forças em torno da CPI da Propaganda. O ponto de virada se deu com a saída do deputado estadual Diogo Moraes do PSB e sua filiação ao PSDB, decisão que repercutiu imediatamente no tabuleiro político estadual.

A filiação de Diogo ao PSDB provocou uma cisão interna na legenda. Com quatro deputados agora, o PSDB deixou de integrar a base governista, abrindo espaço para que a oposição conquistasse vantagem numérica dentro da Assembleia. Essa mudança gerou um cenário de empate entre governistas e oposicionistas, mas quem acabou decidindo o rumo foi a executiva estadual do partido. O presidente da Alepe, Álvaro Porto, comanda a direção tucana e optou por indicar Diogo Moraes como líder da bancada, uma decisão que mexeu com as expectativas de todos os envolvidos.

Com a nova configuração, a oposição não apenas conquistou a maioria das vagas na CPI, como também passou a ter o poder de indicar cinco dos nove titulares. Esse controle abre caminho para a indicação da presidência e da relatoria do colegiado, posições estratégicas que garantem protagonismo na condução dos trabalhos e na definição de agendas e prioridades.

A reação dentro da base governista da governadora Raquel Lyra foi imediata: o movimento foi interpretado como um verdadeiro golpe político, desfazendo semanas de planejamento e comemorada estabilidade em relação à manutenção do controle da CPI. Para analistas políticos, a situação evidencia como decisões individuais, filiações partidárias e movimentos estratégicos podem alterar, em questão de dias, o equilíbrio de poder na Alepe.

Além disso, a situação reforça o caráter de instabilidade que ronda qualquer disputa política em Pernambuco. A CPI da Propaganda, que já era considerada ponto sensível, agora se torna palco de intensa disputa e negociações. A oposição, ao conquistar a maioria, terá espaço para conduzir investigações, solicitar informações e marcar posição em questões centrais para o Legislativo estadual.

Entre os detalhes mais comentados nos bastidores está o impacto da escolha de Diogo Moraes como líder do PSDB. A decisão da executiva estadual, liderada por Álvaro Porto, demonstrou a força do partido em conduzir negociações internas e, ao mesmo tempo, destacou a fragilidade momentânea da base governista, que precisará reorganizar sua estratégia diante da nova configuração da CPI.

A movimentação política também serve como alerta para outros partidos e parlamentares: o cenário da Alepe mostra que alianças e decisões aparentemente menores podem alterar toda a dinâmica de votações, com efeitos diretos sobre comissões e colegiados importantes. Em suma, a oposição, com habilidade estratégica e articulação precisa, transformou o que parecia um cenário equilibrado em um domínio completo sobre a CPI da Propaganda, reafirmando que na política pernambucana o jogo está sempre em constante evolução.

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