O tabuleiro político de Pernambuco para 2026 ganhou contornos mais nítidos neste fim de semana, quando o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), deu um gesto considerado estratégico em direção ao Partido dos Trabalhadores. Ao prestigiar, no último sábado (24), a posse do deputado federal Carlos Veras como novo presidente estadual do PT, Silvinho não apenas discursou em sintonia com a militância petista, como também anunciou o apoio integral de sua legenda à reeleição do senador Humberto Costa, nome já garantido na chapa liderada por João Campos (PSB).
A fala, que soou como música para os ouvidos da base petista, foi recebida com entusiasmo pelo próprio Veras. “Muito gratificante! Era muito importante que todos os outros partidos também se direcionassem nesse sentido”, destacou o novo dirigente do PT em Pernambuco, sinalizando o peso da adesão do Republicanos nesse processo.
O gesto, porém, vai muito além de uma simples declaração de apoio. Na prática, Silvio Costa Filho se posiciona como o segundo nome do presidente Lula para o Senado, consolidando uma articulação que pode resultar em uma chapa com Humberto e Silvinho ocupando os dois espaços majoritários ao lado de João Campos. Essa leitura já circula nos bastidores de Brasília e do Recife, onde cresce a percepção de que Lula não apenas aprova, como incentiva a construção dessa dupla.
Vale lembrar que Silvinho já havia dado sinais claros de que sua candidatura ao Senado estava no radar do presidente. Em entrevistas recentes aos jornalistas Alberes Xavier e Jamildo Melo, ele confidenciou que vinha sendo incentivado pelo próprio Lula a disputar uma das duas vagas, reforçando que sua movimentação não é isolada, mas alinhada diretamente ao Palácio do Planalto.
Para o PSB, o arranjo é vantajoso: garante a unidade da Frente Popular, amplia a interlocução com partidos de centro e neutraliza o avanço de candidaturas como a de Miguel Coelho (UB), que busca se firmar como alternativa competitiva no mesmo campo eleitoral. Para o PT, a segurança de Humberto e a presença de Silvinho, aliado de confiança de Lula, representam a blindagem do projeto nacional no estado.
Silvio, que já vinha sendo tratado como peça-chave na engrenagem política federal, aproveitou o momento para reforçar sua lealdade ao presidente. “Estaremos juntos, fortalecendo o projeto do presidente Lula em Pernambuco e garantindo a vitória da nossa base em 2026”, afirmou, sob aplausos.
O movimento tem peso simbólico e prático: sinaliza que o Republicanos deve caminhar ao lado da aliança PSB-PT, garante maior capilaridade eleitoral a João Campos e oferece a Lula a tranquilidade de disputar duas cadeiras no Senado com nomes de sua confiança. No xadrez da política pernambucana, Silvinho não é apenas um coadjuvante: ele emerge, de fato, como protagonista e herdeiro de uma vaga estratégica no Senado Federal.
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