O cenário político de Pernambuco tem se movimentado intensamente com a aproximação da oficialização da federação União Progressista, composta pelos partidos PP e União Brasil. Em entrevista recente, o deputado federal Fernando Filho, uma das lideranças do União Brasil, revelou que existe uma tentativa externa de criar conflitos entre as siglas, que vêm mantendo desde abril um diálogo aberto e respeitoso para evitar divisões. A federação, que deve ser formalizada no próximo dia 19, terá como presidente estadual o deputado Eduardo da Fonte, do PP, que exercerá papel central na condução das decisões políticas no estado.
Entretanto, apesar da união formal, persistem desafios significativos, especialmente no que diz respeito às eleições de 2026. Um dos principais pontos de divergência está na escolha do candidato ao governo de Pernambuco. Enquanto o União Brasil sinaliza apoio ao prefeito do Recife, João Campos, do PSB, o PP demonstra preferência pela reeleição da atual governadora Raquel Lyra, do PSD. Fernando Filho reconhece essa divisão, mas reforça que ambos os partidos possuem legitimidade para defender seus projetos, comprometendo-se a manter o respeito e o debate argumentativo até o momento de definir os rumos da federação.
Além da disputa pelo governo estadual, a federação enfrenta a indefinição sobre a candidatura ao Senado Federal. Fernando Filho declarou que, caso a federação opte por um consenso e escolha apenas um candidato, ele apoiará Eduardo da Fonte. No entanto, não descarta a possibilidade de os partidos lançarem nomes separados. O União Brasil tem em Miguel Coelho, presidente da legenda no estado, o nome mais cotado para integrar uma chapa ao lado de João Campos. O deputado enfatiza que, se for ele o escolhido para concorrer, trabalhará para garantir o apoio da federação a seu candidato.
Este cenário de divergências internas, porém, não é exclusivo de Pernambuco. Fernando Filho lembrou que em estados como Paraíba e Maranhão também ocorrem situações semelhantes, com partidos da mesma federação apoiando candidatos diferentes para cargos majoritários. Essa pluralidade reflete a complexidade e a dinâmica da política brasileira, onde alianças precisam ser constantemente negociadas e ajustadas conforme interesses e estratégias regionais.
Apesar dos desafios, o deputado acredita no enorme potencial eleitoral da União Progressista para as próximas eleições. Ele destaca que a federação tem condições de se tornar um instrumento decisivo, capaz de eleger a maior bancada federal e a maior bancada da Assembleia Legislativa de Pernambuco. A consolidação dessa federação representa uma tentativa dos partidos PP e União Brasil de ampliar sua influência não apenas no cenário estadual, mas também no Congresso Nacional, buscando fortalecer alianças estratégicas que possam garantir maior poder político em 2026.
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